tag:blogger.com,1999:blog-91632665617766546422024-03-13T18:07:30.931-03:00Death CreationsDTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-40964441227062062182010-07-12T19:17:00.003-03:002010-07-12T19:18:00.329-03:00Asas de papel - Capítulo 9Eu estava furioso. Parte de mim estava com medo. Exceto pelo garoto que se levantou com o nariz sangrando eram três caras contra mim. “To ferrado”, eu pensava. Então, aquele show gótico começou como uma forma de me intimidar:<br />
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- Cê não pode vencer, você sabe disso. Seu calouro maldito. – O garoto falou enquanto me olhava com um olhar sádico. Abaixei minha cabeça, fechei as mãos e por um momento pensei comigo. Não consegui pensar direito, avancei, peguei o canalha pela gola da camisa e dei-lhe um soco que fez com que ele cuspisse parte do seu sangue sem valor. Ele sorriu como quem gostou da idéia de entrar em uma briga. Eu não gostava de brigas. Os garotos em torno de mim se projetaram, enquanto que o outro saia dali com as mãos sobre o nariz. Fiquei nervoso e comecei a me impor:<br />
- Vencer? Você acha que eu realmente vim aqui pra te vencer?! Eu não quero vencer. Eu quero te machucar! Eu não me importo, eu só quero que você suma! Seu...seu.... – Parei por um momento e ele me olhava, o antes sorrindo, agora sério. Não recuei; eu não ousaria recuar agora. – Ela é uma garota de 15 anos! Cê acabou de detonar com ela! Você merece mesmo o título de idiota do ano! Como você consegue ser tão anti-ético a ponto de fazer isso?! – Ele se projetou como quem iria me ferir, minha raiva aumentou. – Não levanta! Eu ainda não acabei! – Dei-lhe outro soco com muita força, ele agora estava nervoso. Eu podia ver que iria ser espancado. Dois garotos me seguravam enquanto o terceiro – o tal Carlos - me batia fortemente e furiosamente. Levei um soco no rosto, depois na barriga, me encolhi. Um dos garotos hesitou por um segundo, eu não estava pra brincadeira. Soltei um dos meus braços e o soquei, logo depois socando o outro, mesmo quando Carlos avançava na minha direção. Ele correu e pulou, numa tentativa de me chutar, enquanto os outros garotos vinham. Peguei a perna de Carlos e o joguei contra um dos garotos. O outro veio em minha direção. Tentei dar-lhe uma joelhada e ele segurou, mas consegui acertar um soco no rosto. Agarrei-o e o joguei pra longe. Mas não tinha jeito. Eram 3 contra um, e Carlos já se levantara, mas fui interrompido.<br />
- Putz! Eu sumo um pouquinho e você se mete em confusão né Jorge? – Era a voz de Greg, confirmei ao olhar pra trás e ver aquele sorriso largo e acolhedor mesmo em uma situação dessas. – Se você quer tomar uma surra tudo bem, mas que não sejam três contra um! Aí, vocês dois. Aquilo ali é assunto pessoal, então, a menos que queiram que eu chame uma galera aqui, é melhor lutarem apenas comigo, e lá fora. Mas se vocês forem frouxos que nem esse idiota aí... – Automaticamente Greg se virou e foi para o corredor, os dois garotos o seguiram.<br />
- Como é que é? – Carlos disse enquanto tentava passar por mim pra chegar até Greg, eu ainda estava furioso. Quando ele passou por mim apenas forcei meu braço direito na direção dele num movimento rápido, fazendo-o cair. Greg saiu. Eu e ele estávamos sozinhos pra brigar, e parte de mim ainda tremia. Esperei que ele pudesse se levantar novamente. Olhos nos olhos, mãos prontas pra desferir socos dolorosos e pernas prontas pra qualquer movimento mortal. Comecei mal, tomando um soco na boca do estômago, mas consegui segurar o braço dele. O virei com dificuldade e desferi um soco no seu cotovelo, ele sentiu a dor e tomou distância, enquanto soltava gemidos de dor. Eu estava pronto. Eu sei que estava. Mesmo assim tomei um soco cruzado e fui ao chão, em seguida fui chutado várias vezes, mesmo com a série de chutes em mim, eu estava sentindo dor. Acho que agora era tudo ou nada. Consegui acertar com dificuldade um gancho, logo depois um soco cruzado de esquerda, Carlos segurou, e me deu um seqüência de socos que eu jamais esquecerei: um na barriga, outro no rosto, e um gancho que acertou meu braço, porque eu iria cair, mas eu não queria perder. Se eu perdesse eu ia sentir mais dor, e eu não gosto de dor. Parei quase que ajoelhado e girei, dando um gancho que acertou o queixo do pobre coitado, em seguida, um chute na coxa, um soco no rosto, e um terceiro soco cruzado de esquerda, que foi protegido mais uma vez. Como resultado ele acertou meu olho esquerdo, doeu – não uma dor qualquer – doeu muito. Mas eu não ia me render, depois de ter entrado em uma encrenca dessas eu não ia terminar assim. Me virei com violência e acertei um soco direto no seu peito. Eu ouvi a porta abrir, mas nada mais importava, ele hesitou, ele hesitou e eu pulei por cima dele. Comecei a soca-lo com fúria, fúria tamanha que eu pude ouvi-lo dizer pra parar – até aquele ponto, o silêncio e a tensão tomava conta – mas não mais, eu tinha que sair daquela situação, eu ainda sentia raiva. Não era bom o bastante, só alguns socos no rosto não me satisfaziam.<br />
- Confessa! Confessa que foi você que armou essa treta toda! – Eu o olhava caído, mas seu ego ainda não baixou, ele teve a coragem de sorrir e dizer:<br />
- Fui eu sim, vai fazer o quê? Chamar teus amiguinhos? – Ele riu, mesmo caído. Minha raiva aumentou ainda mais, o peguei pelo cabelo e bati iradamente sua cabeça contra a parede. Eu não ia parar, peguei-o novamente e – dessa vez pelo pescoço – forcei-o contra a parede, numa altura suficiente para tirar os pés do chão. Dei dos socos em seu rosto quando fui interrompido<br />
- Isso te acalma, não é? – Era uma voz de garota. – E além disso, você só está se rebaixando ao nível de ética dele. Não vale a pena, acredite. – Me virei e vi a garota – vulgo Anna – Olhando pra mim com os olhos lacrimejando. Larguei o ignorante, e – agora com raiva de mim mesmo – saí , até chegar na porta, ode Anna se encontrava parada ao lado.<br />
- Prazer, Jorge. – Abri a porta e saí, batendo-a. Avistei Greg acabando de socar um dos dois garotos, e o outro caído no chão desmaiado. Ao contrário do que parece – e não parece nada – Greg estava acabado também, mas resistiu até o fim, resistiu porque eu o vi dar aquele sorriso largo de novo.<br />
- Como foi? – Ele falou enquanto eu mal podia esperar pra falar com ele, mas parte mim se mantinha furiosamente confusa, irritadiça e....por que não, predatória? Eu estava entrando numa fria, e de cabeça quente. Ignorei Greg e pude ouvi-lo gargalhar da situação, nada anormal. Onde ele esteve? O que houve? Porque não deu as caras nesse meio tempo? Eu não sabia – talvez nem quisesse saber. O cansaço ou a paz de espírito tomou conta de mim. Eu não sei dizer, mas eu realmente me sentia bem, meu momento não tinha de tudo passado, eu sorria enquanto descia as escadas voltando até o pátio, onde todos deveriam estar. Não estavam, apenas as cinzas, os bombeiros e o cheiro do fogo recém-apagado. Eu estava com fome, e tinha certeza de que não iria sair dali tão cedo. Além disso, meus músculos doíam, eu tinha apanhado, e eu estava com fome, pra piorar. Não liguei pra nada, e me sentei, olhando o sol queimando os meus olhos, enquanto minha boca seca – me machucada – dizia alguma coisa pra mim mesmo, que eu nem me lembro mais. Vi a silhueta de Greg se aproximar, rindo.<br />
- Grande campeão. – Ele riu.<br />
- Rocky Balboa caiu depois de suas lutas. – Brinquei, mesmo naquele clima tenso.<br />
- Rocky Balboa socava carne num frigorífico, amigo. – Brincou, enquanto encostava um braço sobre a parede, se escorando e deixando-me ver o ferimento em sua boca, provavelmente causado pela briga.<br />
- Me desculpe por isso. – Falei, enquanto dava um soco leve em sua perna.<br />
- Que nada, acabei de descer na rodoviária, só vim dizer que voltei.<br />
- Onde esteve?<br />
- Ano novo, vida nova.<br />
- Bom slogan.<br />
- Vi num letreiro por aí. – Ele brincou, enquanto limpava o sangue na boca. – Falando sério, eu achei que você ia perder o controle lá em cima.<br />
- Eu perdi. – Falei, abaixando a minha cabeça, minha voz acabara de falhar.<br />
- Não perdeu, eu sei que não, você teria feito pior, da pra ver nos teus olhos, Jorge. – Ele olhou para os lados, franziu a testa por causa da muita quantidade de luz, depois parou e olhou pra mim de novo. – Você é muito controlado, eu não quero estar lá quando você explodir de vez – Advertiu ele.<br />
- Obrigado. – Concordei, fechando os olhos.<br />
- Obrigado pelo quê? – Ele debochou.<br />
- Por não ter me deixado ser surrado pela 2º vez.<br />
- Você não ia – Falou, enquanto ria, olhando pra frente. Sua expressão pareceu interessada. Olhei pra mesma direção que ele. Emily vinha, com o semblante sério, não seria muito dizer triste. Ótimo, eu tinha dado um cacete num punk da minha sala – que provavelmente repetiu aquele ano umas três ou quatro vezes – e ela iria querer saber como não tinha morrido.<br />
- Oi – disse, envergonhado.<br />
- Oi...ahn...eles vão ficar bem. Matheus e os outros levaram eles pro hospital. – Ela soltou o relatório enquanto afagava minha cabeça, quase que me dando um troféu.<br />
- Obrigado...acho que vou vê-los essa tarde...mas o que houve? – Eu disse enquanto olhava a pequena casa, agora, com as chamas controladas.<br />
- A Sabrina chamou os bombeiros – Ela olhou em volta – eu, o Matheus, o Bruno e o Davi procuramos extintores enquanto isso.<br />
- Ah – concordei – Então...podemos ir? – Falei, enquanto Greg se afastava para deixar que eu me levantasse.<br />
- Pode se levantar? – Perguntou, com sua voz não aparentando preocupação alguma. O que é normal.<br />
-Eu ainda tenho duas pernas?<br />
- Sim.<br />
- Então acho que posso. – Brinquei.<br />
Com muita dificuldade me apoiei em Emily e andamos...uns cinco passos, até que Greg se levantou, e, rapidamente se aproximou, e me entregou um envelope, o mesmo que Davi tentou me entregar mais cedo.<br />
- Toma, eu sei que talvez não ajude muito, mas toma. – Ele me entregou o envelope. Emily já estava com a minha mochila, e agora – além de ter que explicar as coisas pra Lolly - , eu ia ter que me acertar com o diretor, segundo dia de aula, e eu me metendo numa briga. Numa briga muito, muito feia.<br />
Fomos pra casa, depois de um tempo já conseguia andar, e abri o envelope, deitado na minha cama com o sol da tarde adentrando minha pobre janela. No envelope, um bilhete, um DVD e algumas páginas que, Davi disse, serem um “manual de instruções” de como me defender. Estranho, falei a mim mesmo. Muito estranho.<br />
Ainda com Emily provavelmente na cozinha – que quase fazia parte da sala de estar – já que ouvi barulho de alguma coisa....não sei descrever, mas era alguma coisa que estava na cozinha, eu ouvi o barulho de algo caindo na pia, ou coisa parecida.<br />
Me voltei para o que estava agora jogado sobre a cama. O bilhete, o DVD, e as páginas impressas em papel A4 comum. O que seria pior? Decidi por ler o bilhete. Ele dizia algo como:<br />
“Bem, se você ler isto, realmente deve ter chegado até suas mãos, não é? Você terá que fazer uma decisão daqui pra frente, e você sabe do que estou falando, certo? No DVD – não se assuste - são apenas alguns golpes que peguei de vídeos salvos no meu computador e gravei, pra que você pudesse estuda-los em casa, são cerca de 169 no DVD.” Puxa, falei pra mim mesmo. E depois de uma certa pausa motivada pela entrada da Emily com uma vitamina de frutas, sorrindo e não expressando curiosidade para com o Envelope.<br />
- Vamos assistir algum filme? – Ela perguntou, enquanto segurava as duas vitaminas.<br />
Eu parei pra pensar. Analisei bem os fatos. Wrestling – Gordão suado – Axilas. Emily – Namorada – Batido de frutas com bastante açúcar – Rabo de saia. Ela me pegou olhando pro alto com uma expressão distante, alegre, sonhadora. Percebi e voltei a mim.<br />
- Filme - concordei.<br />
Esqueci completamente daquilo até que fui dormir, e Emily já tinha ido pra casa. Será que isso tudo valeria a pena? Meu peito ainda doía e meus músculos – que como eu, não gostava de trabalhar – doíam como quando um cão morde. Um cão enorme.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-82940483312697428992010-07-02T15:14:00.003-03:002010-07-02T15:17:01.855-03:00Asas de papel - Capítulo 8E mais um dia escolar monótono começava, hoje teríamos nossas primeiras aulas, isso seria ótimo! Eu mal podia esperar para interagir com os meus colegas de classe, mas acho que isso é típico de uma escola nova, expectativas. Não era o que eu pensava. Logo depois de entrarmos em sala – eu e João – começamos a ser fitados violentamente enquanto éramos mentalmente agredidos. Nos sentamos no mesmo lugar do dia anterior e para a minha surpresa a garota loira, que aparentava revolta, estava indignadamente sentada à minha frente, quando percebeu que eu estava me olhando, ela se virou rapidamente para frente e me sentei, soltando uma leve risada. Sinalizei com a cabeça para João, forçando-o a se sentar no lugar onde pensamos anteriormente, desse modo, se alguém se metesse com um de nos dois, o outro podia abordar, para nossa sorte isso nunca aconteceu, mas eu ainda tinha medo. João se posicionou para se sentar quando o garoto que o encarava anteriormente passou na direção contrária, João, de cabeça baixa,não percebeu que o garoto vinha, fazendo-os se esbarrarem em sinal de rixa, pelo menos para ele.<br />
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- Desculpe. – João o ignorou e foi direto à mesa, como se nada tivesse acontecido, tirou sua mochila e estava pronto a se sentar, quando o garoto, irado, respondeu:<br />
- Desculpe? Por esbarrar em mim ou por já chegar na escola amigo dos “caras do alto”? – bufou, furioso.<br />
- O quê? - João não entendeu bulhufas.<br />
- Ta de sacanagem comigo? – O garoto continuou. Me levantei vendo aquela confusão, e me intrometi.<br />
- Em primeiro lugar, que ele não tem que pedir desculpas pelos amigos que tem. E depois, arrume um motivo descente pra puxar alguém pra briga seu imbecil. – O circo estava cheio de gasolina e um palhaço medonho tinha os fósforos - “É, agora ferrou.” - pensei comigo,mas permaneci frio.<br />
- Cume que é? – O garoto se irou.<br />
- Você ouviu não ouviu? Procura outro garoto pra comprar briga. – Me sentei de volta, o garoto parecia pronto pra me desferir um golpe, até que, com raiva, ele se virou e resmungou:<br />
- Só porque o garoto foi confundido! O que o Matheus ta pensando? Que vai trazer o Leandro de volta? – De costas pra mim, pude ver claramente a garota de cabelos loiros se levantar num pulo impulsivo, desferindo naquele garoto um soco que o fez cair sobre a mesa dele, desordenado.<br />
- Cala a boca, Carlos! – A garota loira lacrimejava enquanto gritava, todos pararam e olhavam fixamente para ela, enquanto ela cobria o rosto e corria. Corria para onde eu não alcançava, não só fisicamente. Tive um certo medo. O garoto se levantou e balançou a cabeça, e continuou resmungando. “A culpa é toda sua”, aparentemente ouvi. Não sabia o que estava pensando, apenas me sentei e assisti às aulas, tentando esquecer o ocorrido.<br />
De repente o sol matinal de resto de verão batia sobre meu rosto, e eu sentia o vento me refrescar, “Já é quase hora do intervalo”, pensei. Não conseguia me concentrar. Foi quando vi, por aquela janela, a garota que não assistia à aula alguma parada, encostada sobre uma parede, olhando para o gramando, de braços cruzados.<br />
- Acho que eu deveria me desculpar. – Sussurrei para mim mesmo enquanto segurava um lápis, girando-o e olhando para a minha mesa, com o olhar distante.<br />
- O quê? – João me olhou com uma sobrancelha levantada, virando-se sutilmente da carteira, olhando-me. Voltei a mim, com um susto.<br />
- Ah, nada, só pensando alto. – Disfarcei, balançando a cabeça em sinal de confirmação. Confirmação não sei de quê.<br />
Esperei que o sino soasse para sermos dispensados o mais rápido possível. Me levantei rapidamente para poder cumprir o que prometi a mim mesmo, ao passar pelo garoto – o agora chamado Carlos – senti o ar gélido e ignorante da figura. Me apressei e deixei João pra trás, senti que estava sendo seguido pelos punks amigos de Carlos, desci as escadas com minha pouca agilidade, quase tropeçando sobre meus próprios pés. Corri para alcançar a garota, antes que ela pudesse sair de lá. Corri pelo pátio sendo olhado por todos os alunos, era anormal aquela movimentação repentina, até mesmo para aquela escola grotesca. Preparado para dobar a esquina e me desculpar com aquela garota, parei, respirei fundo. Foi quando ouvi soluços errôneos, me apavorei, ela estava chorando – e eu esperava que não fosse por minha culpa – eu não suportava, e anda não suporto, ser odiado pelas pessoas. Recuei um passo, assustado, então ouvi a voz de Matheus, mais uma ver pronto pra me salvar. Estranhamente sua voz parecia à vontade, e ao mesmo tempo tensa. Tensa porque ele provavelmente já sabia que eu estava envolvido, tenta porque ela também estava com medo, e acima de tudo, tensa porque ele não queria causar nenhuma baderna.<br />
Era tudo ou nada, finalmente parei para prestar atenção naquelas palavras:<br />
- É difícil sem ele não é? – Matheus falou, não podia me conter, subi três lances de escadarias de aço próximas e entrei numa espécie de almoxarifado, ainda com uma parte das escadas de aço, me encostei perto da janela e me pus a ouvir.<br />
- Me desculpe por isso tudo Matheus... – Pude ouvir soluços com mais frequência. Houve uma pausa, e depois de alguns momentos dentre lágrimas e soluços, ela continuou. – Não estou aguentando mais...<br />
- Você vai sobreviver, apenas aguente firme, ta? – Matheus falou, descendo da pequena grade onde estava sentado, e se aproximando dela, que estava encostada perto de onde eu assistia tudo. – Eu estou aqui....lembre-se disso... – Pude vê-la se jogar nos braços de Matheus, quando uma lágrima desceu de seu rosto, expressando a tristeza resguardada. Matheus acariciou a cabeleira loira da garota, que também começou a chorar. – Vou estar aqui, como sempre estive... – Matheus rapidamente se afastou, como se tivesse acabado de perceber que havia matado alguém, ou ferido mortalmente... – M-me desculpe... – Ele recuou mais um passo, e eu assisti a tudo, espantado.<br />
- Não tem problema Matheus, você não fez nada de errado. – A garota retrucou.<br />
- Não, Anna. Ele era meu melhor amigo, me sinto traindo a confiança dele. – Matheus se afastou ainda mais, criando uma parede de isolamento mental entre ele e a garota.<br />
Matheus se virou com aquela palavras e começou a andar, colocando as mãos dentro dos bolsos e deixando a brisa – rara de verão – agitasse seus cabelos enquanto ele sumia lentamente, Anna – agora assim chamada – desmoronou a chorar ao vê-lo indo embora, como se fosse pra sempre. Suspirei e me senti quase que aliviado, queria sair dali tão logo quanto entrei.<br />
- É feio ouvir conversas atrás da porta. – Me arrepiei e meu coração disparou quando eu ouvi aquele sussurro, em meio àquele lugar negro e vazio. Me virei bruscamente e vi o sorriso debochado e surpreso de Davi.<br />
- Quer me fazer ter um ataque? – Cochichei, em um tom enfurecido.<br />
- Talvez. Só que não deixe ser seguido da próxima vez que fizer isso. – Eu tinha me esquecido completamente de checar se estava sendo seguido. Quando a ficha caiu, fiquei envergonhado e recuei um pouco. – Mas diz, o que cê quer? – Perguntei, levantando uma sobrancelha.<br />
- Preparei umas coisas que eu acho que você deveria ler, estão num envelope lá na sala do clube, passe lá pra pegar depois. – Aquilo soou estranhamente insano. Coisas que eu deveria ler? Por que diabos ele não me diria pessoalmente?<br />
- Por que é perigoso. – Me assustei ao ouvir a resposta. – Sei que está se perguntado isso. É perfeitamente normal. – Lembro me tentar pronunciar algumas palavras que soaram confusas, até pra mim. Depois disso parei e pensei no bloco de informação que me vinha à tona. Parei e depois continuei, pausadamente:<br />
- Tudo bem, se eu puder eu vou pra lá...<br />
- Mas não vá hoje...você não. – Ele mudou sua expressão para um expressão séria que e fez tremer de medo.<br />
- P-por quê?! – Me espantei.<br />
- Aquele idiota do Carlos está planejando pegar você e o João, eu os ouvi conversando no caminho pra cá, enquanto vinha atrás de você. Eles combinaram de ir atrás de você no clube, por isso, depois da aula, eu estarei lá, e você vai pra casa. – Ele se impôs como se cuidasse de uma criança, e em parte, cuidava.<br />
- E daí? Eu posso encarar ele! – Eu gritei, não importava, já que só havia nós dois ali. – Eu sei que posso! Ele não é tão assustador assim!<br />
- Não, você não pode. – Davi olhou pra um canto como se lamentasse algo. – Você já apanhou dele uma vez. – Senti um frio bizarro subindo por mim, enquanto meu olhos automaticamente se arregalavam, e eu comecei a suar frio. Que droga! Por que as coisas sempre acontecessem assim?! Não consegui guardar essas palavras só pra mim. – Você quer dizer que...!<br />
- Exato. Carlos estava naquele turma que te agrediu no fim do ano passado.<br />
- Ah! Agora sim eu tenho um motivo pra deixar ele me encarar, e começar uma briga.<br />
- E você acha que ele vai fazer isso sozinho? Acha que ele vai ter uma luta justa? Ele não vai pegar leve! Ele não vai atrás de você sem pelo menos mais dois caras!!! - Davi jogou aquelas palavras como um balde de água fria sobre mim.<br />
- Argh! – Dei as costas a ele e comecei a descer as escadas, ou melhor, pulei um lance de escadas e corri o resto. Voltei pra sala de aula, sem nem prestar atenção no que aconteceu. Andei pelo pátio e de repente, me virei de costas. Não vi nada além do prédio, do lugar onde estávamos, e a janela da sala 32-B aberta. Bufei de raiva e continuei andando de volta. Avistei a minha “Turminha” sentada num banco qualquer. Eles me cumprimentaram, eu apenas soltei um “Não to com saco!”. E continuei andando, fui ao banheiro lavar o rosto, cabeça quente. Abri a porta quase que a batendo e enganado a mim mesmo enquanto virava para o espelho, em fúria. Eu me sentia impotente, uma criança de colo andando no meio de uma avenida. Abri a pia e peguei um pouco de água, será que isso se tornaria algo rotineiro? Eu não gostava daquilo, eu odiava me sentir fraco, odiava perder. E quem não odeia? Soquei com violência a parede, pra falar a verdade nem doeu. Mas passei a outra mão sobre o local em que acertei a parede, ou em que a parede me acertou, não sei ao certo. Mesmo assim estava com raiva, muita raiva – não sei de quê, de quem, ou por que, mas estava – e repentinamente se senti melhor quando vi João entrar pela porta do banheiro me fitando, com uma sobrancelha levantada. Percebi que eu ainda cuidava da mão “ferida”, me envergonhei e logo assumi uma postura de mais confiança.<br />
- Sei, senhor raivinha.<br />
- Cala a boca, Jão.<br />
- Sério?<br />
- Não. – Me virei com o rosto ainda molhado e comecei a andar em direção à porta, com o rosto ainda molhado. Parei, peguei uma toalha de rosto qualquer me sequei, imperceptivelmente parando pra pensar. Eu ia pagar pelos meu pecados, e eu nem sei que pecados. Voltei a mim e continuei andando, bati no ombro de João em um sinal de “Vamos lá”. – Vambora.<br />
Voltamos ao pátio e eu pedi desculpas a todos, me acalmando aos poucos, mas eu podia sentir a calamidade vindo, minha pele tinha medo, cada mísera parte do meu ser temia a tempestade de emoções e o choque emocional que estava por vir. Algo grande ia acontecer, eu sabia disso. Incrivelmente, voltamos a sala e o tal garoto não estava lá. Mas João – como sempre – deu um jeito de me ajudar a me manter calmo, e tudo mais. Até que a aula acabou. E agora? E agora é que o show começa. Estavam todos na minha sala: Lolly, João, Emily e Sabrina se faziam presentes. <br />
Primeiro, eu devia tomar os cuidados necessários, eu sabia que eles iriam atrás de mim, senti meu celular tocar, trêmulo, atendi.<br />
- Alô?<br />
- Jorge, calma, é o Matheus, já sei de tudo. As circunstâncias mudaram, parece que ele está indo atrás de você! Peça pra que a Lolly venha pegar o que o Davi queria te entregar. Ta comigo, to no clube. Não tem problema porque eles não estão aqui.<br />
- Pôxa! Será que de pra parar com essas informações corridas por cinco minutos?! – Ignorei o pedido. – Ta bom, vai! – Desliguei o telefone quando ouvi uma leve gargalhada de Matheus. Agora eu acho que tudo estava perdido.<br />
- Lolly, será que dava pra você ir pegar uma coisinha com o Matheus pra mim? Sala 32-B, pode ser? – Perguntei, acanhado.<br />
- Claro! Já volto, então.<br />
Meu mau pressentimento aumentava à medida que cada minuto se passava, cinco minutos se passaram e João não se aguentava mais. Como resultado, ele soltou:<br />
- Vou procurar a Lolly. Tô com um mau pressentimento.<br />
- Então vai, eu não agüento mais ficar nessa, daqui a pouco vou atrás deles também...<br />
Assim que disse isso ele se pôs a correr, correr e correr como um louco. Meu celucar tocou pela segunda vez. Eu estava aflito.<br />
- Jorge, nós saímos do clube, eles não estavam lá, estamos procurando pela escola... – Me espantei ao ouvir o grau de importância que aquilo tinha tomado.<br />
- Ta bom... – Desliguei na cara de Davi. O coitado deve ter ficado fulo comigo.<br />
Oito minutos já haviam se passado. Isso já estava sinistro desde o começo, mas já tinha passado de um nível aceitável. Matheus agora se fazia presente na sala, assim que ele entrou eu apontei pro meu nariz e disse:<br />
- Cara, que cheiro é esse...?<br />
- Não sei, que cheiro...?<br />
- Parece que tem alguma coisa queimando.... – Eu e Matheus nos entreolhamos e ficamos pasmos por alguns segundos. Depois, começamos a correr pelos corredores loucamente. “Não pode ser!”, eu pensava, enquanto via as duas garotas nos olharem assustadas. O corredor em linha reta. No final, uma janela, à direita, uma escada. Corríamos insanamente. Aquilo simplesmente não podia estar acontecendo! Eu não acreditava que...<br />
- Pega o extintor da escada! – Matheus gritou, quando chegávamos ao final do corredor. E eu o vi pular janela afora como um gato. “Não! Ele não pode ter pulado!!!”, pensei. Me virei nessa corrida e vi o extintor. Parei e peguei-o, enquanto sentia o cheiro da fumaça ficar maior e maior, e se propagar por aquele lugar. Comecei a correr de novo e vi a fumaça saindo da casa onde eu posteriormente havia ouvindo uma simples conversa entre amigos. Um dos punks amigos do desgraçado do Carlos fechava a porta e ia em direção ao prédio, a sala 32-B, tinha que ser.<br />
- Droga! – Gritei, ao chegar. Matheus se aproximava correndo, trazendo outro extintor.<br />
- Ta fechada, não põe a mão, pode estar quente. – Matheus apontava pra fechadura que me separava de João, ou Lolly. Ou ambos. – E pode estar trancada.<br />
- Não está quente, e não está trancada. Foi fechada agora. – Abri a maçaneta sem dó, estava morna, sinal de que as chamas se propagaram até ali.<br />
Começamos a jogar os extintores e as garotas se aproximavam. Não tínhamos como parar agora.<br />
- Ah meu deus! – Sabrina gritou enquanto olhava a pequena casa em chamas.<br />
- Vai pegar um extintor ou sei lá! – Emily apontou pra alguma direção.<br />
- Não vai adiantar muito, só temos que tentar amenizar o fogo na entrada! – Falei enquanto olhava Matheus. Fui interrompido. Fui interrompido não só por uma tosse sufocada, mas por um “Ah não!” de Matheus enquanto olhava o lugar. João se aproximava. Ele estava bem, Lolly estava jogada, por algum motivo, em seu ombro, enquanto eu ainda não podia ver o seu estado. Mas eu pude ver. Pude ver claramente suas mãos queimadas. Lolly estava bem, mas João....eu estava preocupado.<br />
- Isso não...! – Falei, mas fui interrompido.<br />
- Cuidem....dela....p-por favor... - João desmaiou. Deixando Lolly no chão e logo depois se ajoelhando, com as mãos queimadas na frente. Tombando-se para o lado e deixando os óculos fugirem ao seu rosto.<br />
Não fazia dez minutos desde que Lolly foi buscar o que eu havia pedido. Ela estava desacordada. João ao estava bem. Ele não desmaiaria em menos de três minutos, isso quer dizer que eles foram desmaiados antes de que começasse a pegar fogo. O fato foi confirmado, confirmado por um manuscrito, em cima do tal envelope, que estava no chão. Apenas dizia “Te esperamos na 32-B”. Fiquei furioso. Eu definitivamente ia atrás deles.<br />
Matheus me olhou com seu olhar furioso, agora parecia o olhar de seu irmão.<br />
- Vá pega-los, eu cuido dos dois. – Finalmente meu sorriso insano apareceu. Apareceu porque eu gostava da situação, apareceu porque a insanidade tomou conta de mim por fim. A fúria me subiu à cabeça como as chamas que queimaram as mãos de João. Eu corri. Não corri como de costume, eu corri como quem corre da morte. Eu cheguei rápido – e ofegante – àquela sala maldita. Eu não tinha paciência pra esperar. Podia ver que a porta não estava totalmente fechada. Chutei-a com toda a força o momento. Vi um garoto cair no chão com as mãos sobre o nariz. Vi o tal Carlos rindo da situação, como se tivesse feito uma grande piada. “Mata ele” “Ninguém vai nem perceber” “Muita gente mataria por menos que um amigo. E ele detonou com o João. Ele atingiu teu ponto fraco”, “O sangue tele no teu corpo vai te fazer sentir melhor”, “Mata vai, mata...eu quero ver a cara dele gritando....eu quero ferrar com ele”, foi tudo o que eu pensei.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-90950643038321156222010-06-22T19:22:00.002-03:002010-06-22T19:22:26.284-03:00Asas de papel - Capítulo 7Que férias foram aquelas? Esmagadoramente corridas,dentre saídas com os amigos, e confusões demasiadas,eu estava ali: de frente para o portão medonho de uma escola medonha que uma classe pavorosamente medonha de alunos insanamente medonhos e quem sabe um professor medonho?! Eu estava com medo de frente para aquele portão cinza, que me parecia ainda mais medonho, alunos se aglomeravam em torno da escola, em pequenos grupos, alguns em pequenas gangues, verdadeiramente dignas de olhares maldosos. Avistei os meus amigos um pouco distantes, a vários metros de mim, senti alguém puxando a manga da minha camisa, ainda não estava uniformizado. Me virei pavorosamente me preparando para o pior.<br />
<br />
<a name='more'></a>- Oi! – Fui abraçado, era definitivamente a voz da Lolly, sabia disso porque vi João atrás.<br />
- Oi, gente! – Exclamei, assim como a ansiedade tomava conta de mim.<br />
- Fala, irmão! – Matheus me cumprimentou de forma mais descontraída do que o normal, estranho eu diria.<br />
- Não liga, Jorge. Esse aí me mandou um torpedo as três da manhã dizendo que não conseguia dormir, efeitos colaterais! – Brincou.<br />
- Fica calado, ô! – Matheus certamente não estava em condições sóbrias.<br />
- Oi, amor... – Reconheci a voz de Emily, enquanto ela passa o braço pelas minhas costas até o meu pescoço, em sinal de “bom dia”.<br />
Logo agora que todos nos reunimos o primeiro sinal tocou e estava na hora da cerimônia de boas-vindas do novo colégio. Quando aquele portão se abriu fiquei espantado e maravilhado, uma visão quase que panorâmica do colégio, visto que era tido como um lugar violento. Eu olhava o pátio com algumas árvores,e o chão de concreto como se estivesse pisando num templo. Seguimos para a cerimônia de boas vindas, da qual apenas me lembro de ter ouvido um discurso do Davi, e do resto , muito provavelmente não prestei atenção o suficiente para me recordar. Tivemos, depois de quase duas horas de cerimônia, um momento de recreio, seria essa a minha chance de fazer novos amigos? De fazer tudo diferente na nova escola? A resposta sem duvidas era: não. Não porque eu era um garoto extrovertido, mas muito tímido na hora de conhecer pessoas; Não porque eu jurava que não queria me envolver com as pessoas dali, não por me achar superior - não sou um cara arrogante – mas pelo contrário: talvez eu me achasse inferior. E por fim, não porque...<br />
- Jorge, ta vendo aqueles caras ali? – Matheus me apontou para um cara com cabelos até os ombros, uma camisa amarela com um “Take it easy” escrito em branco, um jeans surrado, os primeiros fios de barba aparecendo,e um ar de superior parado de frente para uma árvore, aproveitando-se de sua sombra. Haviam outros em torno dele.<br />
- O que tem eles? – Percebi que o “líder” deles me olhava, e, parecendo frustrado, olhou para o chão quando o encarei.<br />
- Sei que você pode não querer lembrar disso mas...naquele dia na quadra...foram aqueles cara ali. – Ele apontou para o grupo, que se ajuntava, parecendo conspirar algo.<br />
Não sei se estava com raiva ou com medo, apenas senti o impulso das minhas pernas avançando furiosamente como um extinto de defesa, mas fui puxado com força pra trás, voltando desastradamente à minha posição inicial.<br />
- No primeiro dia do ano letivo, não. – Conhecia aquela voz, definitivamente era Davi.<br />
- Oi, Davi. – Antes de me virar, o cumprimentei. Matheus permaneceu calado e sumiu instantaneamente dali.<br />
- Como anda? Se acostumando com a escola? – Perguntou, enquanto sorria de forma extrovertida.<br />
- Ainda não, é difícil conhecer tudo e se adaptar a um novo ambiente, mas acho que não vou ter muitos problemas.<br />
- Claro, bem, estou correndo, mas foi bom te ver. Se quiser conversar mais, sala 32-B, clube wrestling. – Apontou para trás, para a entrada principal do edifício.<br />
- Pode deixar, quando eu tiver um tempo passo lá com certeza! – Sorri. Depois de um aperto de mãos vi ele se afastar lentamente, quando dei por mim ele já havia sumido. Nem me dei conta de que era o mesmo Davi da história de Matheus. E eu deveria ir àquela sala, depois da escola, talvez. Minha cabeça estava cheia de repente “Vou ao banheiro”,pensei. Andei pelo pátio de concreto da forma mais lenta e distante do grupo de garotos, passando pelo lado contrário ao da árvore.<br />
Abri a porta do banheiro e vi alguns alunos parados lá, eu não deveria chamar muita atenção. Me encostei sobre uma das pias e olhei para o meu próprio rosto, nem parecia eu, pensando e narrando essas coisas ininterruptamente. Abri a torneira e comecei a colocar um pouco de águas nas mãos em forma de concha, e as joguei sobre o rosto, continuei encarando a pia, deixando gotículas de água do meu rosto caírem sobre a pia, respirei fundo. Foi então que ouvi os gritos de um garoto que começaram do nada, e eu me assustei, me levando a olhar pra traz e ver alguns garotos socando o rosto de outro violentamente. Assustado, eu saí do banheiro encontrando Matheus parado na porta, ouvindo os gritos, como se fossem a coisa mais normal de se acontecer numa escola, e talvez até seja. Ele estava parado em posição de quem olha para o alto, mas de olhos fechados e braços cruzados.<br />
- Você se acostuma. Agora vamos. – Começou a andar por aquele pátio lotado quase que me puxando.<br />
- Vamos onde? – Perguntei, enquanto me colocava à frente dele, passando a andar de costas.<br />
- Clube de boxe. – Colocou a mão no meu ombro e me tirou da frente, quase me jogando no chão.<br />
- Fazer o quê? – Minha curiosidade aumentava, seria isso típico de todas as conversas que eu tinha com as pessoas daquela escola?<br />
- Ver o Bruno, e resolver pra que clube vocês vão pra aprender a se defenderem por aqui. – Me sentia parte de uma máfia.<br />
- Ah, claro. O Bruno é um dos membros do clube de boxe, né? – Olhei para o rosto dele, ele sorriu.<br />
- Não. O Bruno é o presidente do clube de boxe. – Ele me olhou com o típico sorriso que aparece logo depois de uma revelação inesperada.<br />
- Nossa. – Me espantei.<br />
- Apenas tente agir normalmente. Vamos subir. – Ele abriu o pequeno portão preto do prédio e começou a subir as escadarias, me chamando. Subi junto. – É no segundo andar, a primeira sala à direita, é fácil de guardar não é?<br />
Subimos até o segundo andar e entramos na sala onde na porta havia escrito “Clube de boxe”, incrivelmente, a escola tinha uma estrutura de treinamento colossal, pelo menos pelo que eu esperava. A luz batia sobre o ringue majestoso, reluzente, em que João E Bruno estavam lá, a princípio nem percebi. Os sacos de pancadas e aparelhos estavam presentes, com alguns outros membros os utilizando. Andamos até o ringue no meio da sala espaçosa, que nem parecia ter saído de uma escola. Os membros nos olhavam carismáticos, enquanto nos cumprimentavam e cochichavam sobre “O garoto novo”.<br />
- Olha só quem chegou! – João sorriu.<br />
- E aí! – Bruno nos cumprimentou.<br />
- Fala comigo... – Matheus continuou enquanto passava pelas cordas do ringue. Cumprimentou Bruno com um rotineiro aperto de mãos e dois tapas no ombro.<br />
- E aí, gente! – Os cumprimentei enquanto, com muita dificuldade passei pelas cordas.<br />
- Jorge, o João aqui resolveu se juntar ao clube. – Bruno apontou com o polegar para João,que estava atrás dele, debruçado nas cordas.<br />
- Isso vai ser legal... – João disse enquanto a luz que entrava batia sobre os óculos e o rosto dele, completando a força da cena.<br />
- Ou não. – Completei. – Pode ser perigoso, e muito. – Sempre fui muito cauteloso, ou muito temeroso em minhas conclusões.<br />
- Relaxa, Jorge, você se adapta. Nem tem que ser bom de briga, só tem que andar com a gente! – Bruno sorriu da forma mais natural possível, porém, eu ainda carregava certo temor.<br />
- Enfim, acho que a minha aula está pra começar.<br />
- Acho que a nossa aula está pra começar. – João me corrigiu. – Estamos na mesma sala, isso é bom.<br />
- Só tentem não fazerem rivais, pelo menos hoje. – As palavras de Matheus soavam rudes demais, pelo menos eu tinha um mau pressentimento.<br />
- Vamos logo, Jorge. – João passou pelas cordas com facilidade tremenda. Me mantive calado. Com certa dificuldade troquei palavras de despedida com os amigos e alguns outro membros que me cumprimentaram. João pegou sua mochila e saímos do extenso salão lentamente, quanto as luzes naturais tornavam-se cada vez mais distantes. Eu estava apavorado, mas não podia negar que estava animado, e Greg, onde estava? Havia alguns dias que eu não tinha notícias dele. E mais uma vez, passando por aquelas portas, estávamos andando pelo pátio e sendo furiosamente fitados por tudo e todos ali. Teríamos apenas uma aula naquele dia inteiro, só pra conhecer as regras da escola. Me sentia de alguma forma, manipulado. Tentei fugir desse tipo de pensamento e enquanto andávamos, perguntei a João:<br />
- E aí, o que houve pra você tomar a iniciativa de se juntar ao clube? – Perguntei olhando as janelas das salas de aula, olhando pra cima no lado oposto ao de João.<br />
- Nada só...não queria me sentir fraco enquanto ando por aí com a Lolly. – Ele evitou me encarar diretamente. Por um momento parei, o olhei seriamente e ele percebeu que eu encarava.<br />
- Você não está fazendo isso pela Lolly, nós dois sabemos disso. – Por um momento ele respirou fundo, e retrucou:<br />
- Pra falar a verdade, eu só não quero ser miseravelmente espancado por aí. – Ele se encostou na pare antes de subirmos. Abriu o zíper da mochila e tirou um par de luvas negras, aparentando ser ainda novas. A luva direita tinha claramente um raio amarelo transparecido. – O Bruno me deu isso, ele disse que era a luva que ele usava nos Thunderbolts, e que gosta muito dela.<br />
- Legal isso - Tentei fugir do assunto. Ele colocou apenas uma das luvas, mantendo a outra amarrada e começamos a subir as escadarias. Eu estava com medo, mas pelo menos tinha o João. Não era tão ruim. Subimos as escadas enquanto conversávamos e logo chegamos ao segundo andar, andamos o final do corredor e dobramos a esquina, onde vimos alguns garotos entrando para as salas de aula. Um homem de ombros largos e cabelos tão negros quanto os olhos apontou pra nós e nos chamou:<br />
- Primeiro ano C? – Perguntou, chegando se seríamos de responsabilidade dele.<br />
- Sim. – Respondemos em coro.<br />
- É aqui, venham. – Ele entrou e deixou a porta aberta para mim e João. Nos entreolhamos.<br />
- Ce ta pronto? – Perguntei enquanto o olhava. Ele deixou os olhos por cima dos óculos.<br />
- Não, e você? – Debochou.<br />
- Não – O frio na barriga aumentou. Enquanto ele colocava as luvas dentro da bolsa, alguns garotos o encararam seriamente enquanto passavam por nós.<br />
- Estamos. – Dissemos em coro enquanto adentramos a sala de uma só vez, olhando um para o outro.<br />
Ao contrário do que eu pensei, a sala era incrivelmente agradável, com muita “gente bonita” e com alunos bem educados, visto que fomos cumprimentados por quase todos eles, com exceção de uma garota loira, de olhos azuis - que continuava a olhar sua mesa como se elas se odiassem - e um garoto de cabelos negros sentado no outro extremo da sala, com uma camisa preta e um ar arrogante, agressivo. Sinalizei com a cabeça pra João, manipulando nossas posições na sala, ele no mesmo lugar que eu, porém na outra fileira.<br />
- Sejam bem vindos alunos! – O homem começou a falar, enquanto que muitos nem prestavam atenção. – Meu nome é Lúcio e eu sou o seu professor de Educação Física. – Ele pegou um pincel e escreveu o não muito complicado nome para que os alunos pudessem se acostumar. – Vocês só tem que entender o básico. Se for pra brigar, que seja previamente marcado e com um professor assistindo. – Me espantei ao ouvi-lo dizer aquilo, não só eu e João, mas toda a classe. – E claro, não briguem sem um bom motivo. – E continuou o longo discurso para calouros. Não consegui fixar mais minha atenção nele, alunos conversavam entre si, e assim foi, logo eu podia ouvir o sino final tocando, já estava na hora. Uma decisão a tomar, um caminho a seguir, e por um instante senti o frio na barriga subir subitamente. João voltou a minha atenção a ele de novo:<br />
- Acorda, Jorge! – João me chamou enquanto eu mesmo me assustava.<br />
- Ah, desculpa. O que você vai fazer agora? – Perguntei, tentando parecer tranquilo.<br />
- Tenho treino por volta de duas horas, então, vou pra casa comer, e depois volto. – Concluiu.<br />
- Claro...preciso passar num lugar antes, então, não me espere, ta? – Forjei um falso sorriso enquanto ele virava a cabeça.<br />
- Tudo bem, amanhã nos falamos. - Saímos andando até a porta, onde vimos o garoto que nos encarou mais cedo, ele olhou pra João com um olhar de nojo, e continuou andando para o lado oposto ao nosso, paramos naquele momento, e depois de nos acalmarmos, permanecemos no silêncio da ansiedade e continuamos a andar, o sol de meio-dia batia forte nas janelas de todo o lugar, fato que só percebi porque estava tentando me distrair com alguma coisa, só pra esquecer as coisas que eu ia fazer, incrivelmente, eu – desengonçado e distraído – estava ansioso para voltar à escola logo. Andamos rapidamente até o fim do corredor e nos viramos, e continuamos andando em silêncio, passamos a andar mais rápido. Nos viramos mais uma vez e estávamos diante das escadarias, eu iria subir, João ia descer. Depois de um costumeiro aperto de mãos e algumas palavras de despedida ele desceu, depois que os outros alunos, em sua maioria, já estavam fora. Subi sem coragem as escadas que me ligavam ao terceiro andar. Ah, o terceiro andar... À primeira vista pensei: “A escola não é ruim”, mudei meus conceitos, agora a escola se mostrava medonha e tenebrosa, me dando calafrios. Como todos os andares tinham o mesmo layout, não seria difícil de achar a sala “32-B”. Andei por aquele andar com um clima macabro, como se meu coração fosse pular pela boca. Eu achei a sala com a tarja “32-B”, quase como se estivesse escrito “Não entre aqui”. Nesse momento, antes de colocar a mão naquela maçaneta eu pensei se eu realmente deveria fazer aquilo. Seria o certo? E tudo isso por que eu tomei uma surra! Esse fato me deixava ainda mais furioso. Foi como se tudo ao meu redor ficasse diferente do sol que castigava o chão e os olhos dos pobres alunos. Pela fúria ou não, coloquei a mão naquela maçaneta gélida, não só por causa da temperatura, mas foi como se eu me recordasse de cada um daqueles momentos horríveis ao toca-la. Me entristeci ou me irei, não sei dizer,mas abri aquela porta e vi o sol bater sobre os meus olhos, pela espaçosa e ao mesmo tempo macabra sala.<br />
Vi o Davi olhando para o alto bem no meio do ringue, acompanhado de alguns dos outros membros. Um alto e com logos cabelo, mesmo assim, parecia descontraído, enquanto que outro mais baixo que Davi, e em pode-se dizer “magro” estava me encarando. A pressão tomou conta, Davi me viu, acenou e sorriu. Simplesmente não agüentei, andei(quase corri) até ele, subi com dificuldade no ringue, olhei ele nos olhos – coisa que eu fazia pouco – e disse:<br />
- Eu vou me juntar ao clube de wrestling! – Disse, enquanto ele me olhava de igual pra igual.<br />
- Peça por favor. – O garoto menor, ignorado, bufou.<br />
- É? – Davi me perguntou sério?<br />
- É. Não posso? – Peitei ele com todo o meu medo.<br />
- Seja bem vindo. – Davi soltou um largo sorriso que me lembrava alguém.<br />
- Como é?! – O irritadiço garoto continuou.<br />
- Seja bem vindo, cara, não ouviu? – O outro rapaz de impôs. – Qual o teu nome, cara?<br />
- Jorge – Davi disse, olhando-o por entre os ombros.<br />
- Muito prazer, Jorge. Meu nome é Paulo – Paulo conduziu um aperto de mãos, firme. Uma ótima primeira-impressão.<br />
- O prazer é meu. – Completei as formalidades.<br />
- Bem, como eu já esperava algo assim, os treinos são só as terças e quintas às 15:00, mas eu te dou um treinamento especial, e se quiser pode vir aos treinos rotineiros também, se conseguir. – Explicou, enquanto coçava a cabeça.<br />
- Se conseguir? – Perguntei, fitando o garoto que me encarava imperceptivelmente.<br />
- Só to brincando, mas no começo é difícil... bem difícil – Completou.<br />
- Eu aguento. – Tentei parecer forte.<br />
- Duvido – O garoto furioso continuou.<br />
- Ele agüenta – Davi continuou. – Mas por hora pode ir pra casa, amanhã começamos com os treinos! – Exclamou.<br />
- Pode deixar! – Parei por um minuto e saí do ringue com dificuldade, gerando risadas. – E até mais!<br />
- Até! – Matheus e Paulo disseram em coro.<br />
Saí daquela sala e a deixei caindo de novo nas garras do lugar medonho. Andei e, pela janela, pude ver os vários grupos de adolescentes parados ao redor da escola, algo perfeitamente normal, desci mais um andar e eu pude ver Emily, Lolly e João, agora também acompanhados de Sabrina. Desci com mais ânimo, passei pelo banheiro e mais uma vez lavei meu rosto, aparentando exaustão. Cheguei até eles mesmo naquele sol. <br />
- Oi gente! – Os cumprimentei.<br />
- E aí, Jorge... – Sabrina me cumprimentou com um largo sorriso, o mesmo dos outros.<br />
- O que cês vão fazer hoje à tarde? – Perguntei, enquanto arrumava uma desculpa qualquer pra sair dali.<br />
- Eu não sei. – Sabrina me respondeu.<br />
- Acho que vou pra sua casa, tem problema? – Emily me perguntou, como se fosse algo anormal.<br />
- Não... – Continuei.<br />
- Eu não vou fazer é nada, só o que faço sempre. – Lolly disse de forma demasiadamente desanimada e balançando a cabeça.<br />
- Nada também... – João continuou. Matheus surgiu de não sabemos onde. E começou a entrar na dança.<br />
- Eu você e o João podemos tomar o mesmo ônibus, vamos? – Matheus nos puxou.<br />
- Claro, só nos dê um minuto. – Nos viramos e nos despedimos devidamente de Emily e Lolly, e de Sabrina também. Depois de alguns minutos saímos dali, e pegamos um ônibus. Eu estava apavorado, e ao mesmo tempo entusiasmado, a mistura de ambos me fez tremer, eu deveria dar duro pra alcançar o meu objetivo: sobreviver.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-45822480955757059392010-06-17T20:02:00.004-03:002010-06-22T19:06:50.300-03:00Asas de papel - Capítulo 6Abri meus olhos lentamente,fato que nunca percebo quando acordo,ou que ninguém percebe quando acorda,é sempre a mesma coisa,pelo menos eu acho.Dei meu primeiro suspiro enquanto acordado,me preparei para me levantar,procurei por Emily,aparentemente já tinha acordado,já que ela na estava ali,pensei.<br />
<a name='more'></a><br />
- Vamos lá! – Tentei parecer animando,gritei bem alto.Fui ouvido,pude ver a cabeça de Lolly,aparecendo na porta do quarto com uma sobrancelha levantada,me olhando. “Preciso me levantar”,”Rápido,rápido”,eu pensava,mal podia esperar por aquele dia. Levantei-me em uma só tacada,senti o cobertor se enrolando em meu pé e me lembro de ver tudo subindo,não,eu estava caindo,beijei o chão. Até que ele beija bem. Saí daquela posição e fui checar se realmente não havia me machucado. Não cortei minha boca nem tampouco meu rosto,mas confesso que doía um pouco,pude ouvir risos da minha cozinha,parece que fui notado,fui tão sorrateiro...<br />
Peguei minha toalha amarela,pendurada,coloquei nos ombros e caminhei até o banheiro. Nesse trajeto,já forjado,cumprimentei João,sentado no sofa nos braços de Lolly,também atendi aos modos de boa educação com ela. Ah,o velho sofá xadrez... – Parei para um momento de nostalgia,dos muitos beijos que tinha dado naquele sofá,do primeiro ao último,me lembrava de cada detalhe – Deparei-me com minha mãe parada na cozinha,com sua típica xícara de leite.<br />
- Bom dia,mãe – disse enquanto caminhava para pegar uma xícara para mim também.Nesse caminho vi Emily parada:<br />
- Muito bom dia,amor – Ela disse isso a mim,enquanto pegava meu rosto e me beijava,nada mais que tocava seus lábios nos meus,sorrindo,logo após.<br />
- Bom dia – sorri,olhei para a janela escancarada,o sol de verão típico brasileiro,olhei de novo para ela,com um sorriso amimado,e propus:<br />
- Caminhada no parque? – Fiz essa pergunta olhando-a por detrás dos ombros,enquanto colocava uma xícara de café. Ela pegou a sua xícara de café – café esse que para ela era fundamental – colocou-a na altura do rosto,enquanto tentava resfria-lo com seu sopro.<br />
- Claro,mais tarde,o Matheus ligou,disse que quer sair com você tão logo quanto possível. – ela me olhou,confusa.<br />
- Certo,vou tomar um banho e depois ligo pra ele de novo – abri a porta,olhei para ela,atento,completei – você está sendo uma secretária muito eficiente. – Brinquei,fechando a porta.<br />
-Espero ser recompensada logo. – Entrou na brincadeira. <br />
Me lavei rapidamente e saí do banheiro,minha mãe foi tomar café com todos lá embaixo,estranho,porque ela já tinha tomado sua típica xícara de leite. Emily,parada em frente à geladeira me olhava,da mesma forma que eu a olhava,adentrei a casa,observado Lolly e João que estavam no sofá,vendo algum programa qualquer. Abri a porta de madeira e me sentei,em frente ao meu computador,coloquei a execução de algumas músicas enquanto olhava meu e-mails,nada na caixa de entrada,como sempre,resolvi me deitar um pouco,me levantei,estava tocando “Breakdown”,eu gostei da música,nunca tinha parado para ouvi-la, “É uma música interessante”,pensei,enquanto me sentava na cama,me virando e abrindo a janela. Suspirei,me joguei na cama e me coloquei a pensar no que eu faria naquele dia,e sobre o que Matheus tinha me dito,”Thunderbolts”,o que será que é isso? Bem,cedo ou tarde eu iria descobrir,de qualquer forma. A chegada de Sabrina também me preocupava,será que isso tudo vai acabar bem? Perguntas,perguntas e mais perguntas...Senti meu celular tocando,me sentei,o tirei do bolso e vi,era uma chamada de Bruno,atendi e coloquei o aparelho no ouvido,dizendo saudosamente:<br />
- E aí, Rocky! – Lembro que ele me disse que era do clube de boxe do Parque das rosas,acho que foi um trocadilho no mínimo infame,enquanto corria para deligar as caixas de som.<br />
- E aí,meu querido! – Disse em tom animado. – Topa sair hoje? Eu,você,Matheus,Emily? – Ele disse tão rapidamente,que pensei que ele estaria me dando uma notícia ruim,afinal,notícia ruim chega rápido.<br />
- Claro,mas,voltamos antes das dez? – Perguntei,pensando na chegada de Sabrina.<br />
- Não vai demorar,fique tranquilo – Conclui.<br />
- O avô de Matheus vai nos levar,podemos passar aí lá pelas 15:30? – Perguntou.<br />
- Claro – Confirmei.<br />
- Tudo bem,então,qualquer imprevisto e eu te ligo,pode ser? – Formalidades,formalidades triviais.<br />
- Claro,até lá então. – Decidi,apesar de não responder por Emily.<br />
- Falou! – Ele desligou o telefone,meio rápido até,parecia nervoso.<br />
Decidi me levantar,saí lentamente,largando a preguiça que restara e me dirigi até a escrivaninha onde estava meu computador. O desliguei. Segui até a sala para pedir a aprovação de Emily para irmos:<br />
- Vamos sair com o Matheus e Bruno? - Perguntei a ela.<br />
-Claro mas...e a Lolly e o João? – Ela perguntou olhando pra eles<br />
- Eu estou saindo logo – Lolly se levantou e sorriu. – Ajudando-me<br />
- Então,é,claro. – Sorriu pra mim,enquanto pegava minhas mãos e me beijava. Resolvi me arrumar.<br />
Entrei no quarto de novo,trocando de roupa,uma bermuda branca e vermelha,e uma camisa preta eram suficientes,acompanhadas de um tênis. Peguei meu pendrive como prevenção e minha carteira,eu estava mais que pronto. Avistei logo que saí João e Lolly saindo,e eu duvidava que fosse pra casa,sorri disfarçadamente. Peguei a mão esquerda de Emily e sorri, a puxando pra fora.Estávamos no quintal. Andamos até o portão,acompanhando Lolly e João. Eles saíram,esperamos por Matheus por alguns minutos,logo,percebemos que ele estava à nossa frente,ali,na porta de casa,eu pelo menos não percebi quando ou como ele se aproximou,apenas que estava ali.<br />
- E aí. – Ele disse,enquanto estendia uma mão.<br />
- Como está? – Perguntei,com o sol batendo sobre meu olhos,sem conseguir ver o rosto dele direito.<br />
- Não muito bem,mas isso passa - Ele disse,enquanto tentava sorrir.<br />
- O que houve? – Perguntei, indiferente.<br />
- Pode ir a um lugar comigo enquanto a Emily espera o Bruno? É importante,e só vamos sair mesmo à noite...<br />
Não entendi,olhei para Emily e ela estava tão bem resolvida quanto eu.<br />
- Por mim tudo bem,só não demore. – Ela não pareceu desapontada,mas não consigo negar o fato de que preferia não ir.<br />
- Então...vamos... – Me levantei e então pude ver o rosto dela direito.<br />
Andamos até um ponto de ônibus perto de casa,apenas á alguns metros,dobrando a esquina,na avenida. Andei calado até lá,pude ver que Matheus parecia nervoso,desapontado.<br />
- Não se preocupe,vamos a um lugar,eu pago a sua passagem até lá,e a volta também. – Cada uma daquelas palavras soava irritada.<br />
- Tudo bem. – Decidi que era melhor não me manifestar por enquanto.<br />
Logo que chegamos ao ponto de ônibus,ele soltou:<br />
-Não se preocupe,nós só vamos a uma floricultura,e depois ao cemitério...- Abaixou sua cabeça por um momento,depois olhou para o horizonte,provavelmente à procura da nossa condução.<br />
-Tudo bem...- Tentei ver seu rosto,mas não o vi.<br />
-Acho que você deve saber de tudo,mas vou te contar quando chegarmos lá... – Ele olhou pra mim e tentou sorrir,em vão.<br />
-Tudo o quê? – Fiquei sério.<br />
- Naquele dia,na quadra,o incidente do qual te tiramos. – Ele retribuiu minha seriedade. – Era para aquela briga ser nossa. Você estava lá perto enquanto treinávamos,e foi confundido com um de nós,um dos Thunderbolts. – Ele disse aquilo tentando esconder um remorso muito grande dos seus olhos.<br />
- Thunderbolts? O que é isso? – Fiquei confuso.<br />
- Logo você entenderá tudo,apenas se mantenha calmo. – Ele tirou a carteira do bolso,um ônibus chegou no exato momento. Não estava muito cheio,visto que ia para um cemitério.<br />
Logo que entramos passamos pela roleta,não hesitei em procurar um lugar pra me sentar. Sentei-me a janela e esperei pela companhia de Matheus. Ele se sentou ao meu lado e novamente tentou sorrir,retribuí o gesto sem graça. Me virei para olhar a cidade,o asfalto,e algumas poucas árvores que restavam,pelo cenário monótono de uma cidade monótona. Já deviam fazer um cinco minutos que eu estava mantendo essa postura defensiva,então Matheus tomou a iniciativa e começou com as explicações.<br />
- Bem,Jorge,você deve saber sobre o CRAML,mas sabe dos detalhes? Sobre o atual grupo de extermínio? Sobre o porque do campeonato ter se tornado tão nefasto? – Não pude me conter, virei meu rosto lentamente. Matheus me olhava sério.<br />
- Para ser sincero não,e talvez nem queira saber. – Eu já havia ouvido rumores de como era,e certamente não queria participar,minha determinação se limitava ao momento em que ouvi “Livres” na sigla. Aquilo certamente não soava bem para ninguém.<br />
- O campeonato é composto por equipes de 3 a 6 pessoas,porém,em uma batalha comum,apenas 3 podem lutar na arena. Basicamente,cada escola tem um ranking,geralmente os dezoito primeiros colocados,ou as três primeiras equipes passam para o campeonato. Se o grupo de extermínio for parte daquela escola,como é o caso da minha,os dezoito primeiros colocados depois do grupo de extermínio são colocados no campeonato.<br />
- Não entendi bem essa última parte. O que o grupo de extermínio tem a ver com o ranking? – Eu perguntei olhando-o nos olhos.<br />
- É simples,os primeiros colocados no ranking do campeonato,os 3 a 6 primeiros colocados no campeonato anterior formam o grupo de extermínio. O grupo de extermínio atual tem cinco membros. No caso,as três primeiras equipes à partir do sexto colocado são levadas ao campeonato. – Ele me explicou um pouco mais claramente.<br />
- Espera,não seriam as três primeiras equipes à partir do quinto colocado? – Perguntei,sem de muito entender.<br />
- É que o atual primeiro colocado não faz parte do grupo de extermínio. – Ele parecia ainda mais sério.<br />
- Entendo...E quem seria essa pessoa? – Minha curiosidade eclodiu.<br />
- Você ainda vai conhecer,ele também é o primeiro do ranking interno da escola,ele não muito popular,e poucas gente,principalmente os novatos,sabem que ele é o primeiro colocado. Francamente,fora das lutas ele é um completo idiota! – Tentou dizer aquilo sem levar a conversa a um sentido cômico. – Só que o nosso atual grupo de extermínio é impaciente,e absoluto. Você deve saber disso,mas há muitos casos de suicídio dentro da escola. – Aquilo me fez arrepiar,pelas histórias que lia nos jornais diariamente,e boatos corridos de boca a boca,em um espírito de cidade pequena do interior. – Por esse motivo eu e Bruno temos treinado,para acabar logo com o grupo de extermínio,irônico,não? – Brincou um pouco.<br />
Ao fim do diálogo Matheus se levantou e deu o sinal de parada,iríamos descer no próximo ponto,o acompanhei até fora do veículo e atravessamos uma rua.<br />
- Vem comigo,vamos comprar algumas flores. Apesar de ser algo inútil é um símbolo de respeito para com um amigo. – Matheus começava a se expressar mais abertamente comigo.<br />
- Claro,apenas não vamos demorar. – Concordei.<br />
Depois de atravessar a rua,viramos à esquerda para uma rua comercial,e depois à direita,e já estávamos na porta da floricultura.<br />
- Espere um minuto,devo voltar logo. – Matheus adentrou sozinho a floricultura quase lotada,pensando em sua demora,sentei-me no meio-fio à frente da loja. “Isso não vai dar certo...!”,eu repetia para mim mesmo.<br />
Matheus voltou logo com um buquê de flores,de vários tipos,ele puxou meu ombro e sinalizou com a cabeça para que prosseguíssemos.<br />
Voltamos todo o caminho até perto do pondo de ônibus,onde subimos por uma passarela. Enquanto caminhávamos,conversamos:<br />
- Então,onde é? – Me referi ao cemitério.<br />
- Logo no final da passarela,não é muito longe,é? – Ele riu sem graça.<br />
- Até que não... – E continuados no clima tenso.<br />
Descemos a passarela e já estávamos lá: À porta de um lugar fúnebre,com um aspecto lindo. O vento batia sobre nossas cabeças,a pressão sobre nossas mentes aumentava a cada passo,a entrada do cemitério haviam apenas lápides e árvores. Matheus andava rápido e inquieto,não fui capaz de conduzir um diálogo,ele parecia ir a um lugar onde faria um grande sacrifício,é como se ele tivesse a esperança de fugir de lá.<br />
Andamos um pouco e Matheus começou a andar por entre as lápides,eu olhava cada uma lentamente,enquanto ele parecia não se importar com nenhuma. Por um momento Matheus parou e fechou os olhos,eu também parei de andar,e então,de repente estávamos parados a uma Lápide. Matheus se virou e a encarou amedrontado. Se ajoelhando,ele colocou as flores que estavam em suas mãos no chão daquela lápide. Nela estava escrito “Leandro – amado filho,descanse em paz”,li essa frase enquanto Matheus se levantava e começava:<br />
-Tá vendo? Bem,como prometido,vou te explicar tudo,deixe quaisquer perguntas para outrora.<br />
-Tudo bem. – Concordei,apenas.<br />
-O cara que está enterrado aqui,era meu melhor amigo,ele se chamava Leandro,era do primeiro ano,como eu. Leandro era dedicado em tudo o que fazia,tirava notas altas e era um garoto invejável. Ele foi um dos fundadores do clube de wrestling,por isso,com ele,eu.Bruno,Davi e o meu irmão,éramos os thunderbolts,uma equipe da nossa escola,formada pra participar do CRAML. – Ele respirou fundo,e depois de alguns segundos prosseguiu: - Contudo,Avançamos com velocidade tamanha no torneio que idéias insanas de outras equipes fervilhavam contra nós. Ainda assim,prosseguimos em ritmo demasiadamente acelerado,e quando estávamos nas semi-finais do último campeonato,eu nunca esquecerei daquele dia – parou novamente e bufou – Um homem,trajando uma jaqueta vermelha se levantou,tirou uma arma do bolso,e deu três tiros no Leandro,enquanto ele lutava.<br />
- Nossa,o Davi era da sua equipe...o garoto morrer...é tudo muito confuso! – exclamei.<br />
- Eu só quero entrar no campeonato de novo,pra desvendar todos os mistérios...só que os thunderbolts...por causa do Davi eles...se desfizeram...<br />
- O que o Davi fez? – Perguntei sem entender.<br />
-Muita coisa. – Respondeu,frio.<br />
- E que mistérios? – Continuei.<br />
- Uma semana após a morte do Leandro,depois de um incidente que houve com o Davi,encontramos na sala onde o Leandro estudava a jaqueta, com um bilhete,escrito “Felizes? Ou vamos ter que dar mais um exemplo? – Grupo de Extermínio”. Eu não sei por quê,mas definitivamente foram eles. – Ele parecia nervoso.<br />
- Eu não... – Antes que eu pudesse terminar Matheus saiu correndo,não na direção que viemos,mas pra dentro do cemitério.<br />
Corri atrás dele,Matheus parou e puxou aluem pelo ombro,era o irmão dele.<br />
- Droga Brendo,onde você tava? – Matheus gritava.<br />
- Por aí... – Ele soltou tranquilamente,fazendo Matheus ficar vermelho de raiva.<br />
- Por aí? Por aí?! Você não vem pra casa a uma semana! – Matheus parecia desordenado.<br />
- E daí? Eu não faço falta lá mesmo,e além do mais,você devia saber que eu estaria por aqui,é hoje,não é? – Brendo riu.<br />
- Sim,é hoje. O aniversário da morte dos nossos pais. – Eu senti que ele disse aquilo para que eu entendesse a situação.<br />
Brendo saiu friamente,olhou-me calmo,abaixou um pouco a cabeça,deixando que os cabelos negros caíssem sobre seu rosto e disse:<br />
- A sua raiva não vai traze-lo de volta,Matheus. – E continuou andando até que desapareceu,Matheus ainda o olhava com raiva nos olhos.<br />
- Vamos embora – Completou.<br />
Voltamos andando em silêncio,eu tinha medo de perguntar mais alguma coisa. Andamos de novo até à passarela,Matheus parou,e começou a olhar aquele lugar,de um ponto um pouco mais alto,aproveitando a situação,me encostei junto à ele.<br />
- O Davi...o que houve com ele...você parece falar dele com raiva. – Perguntei,com medo.<br />
-Não é raiva dele...é que...as vezes eu tenho raiva de mim mesmo por ele ser tão forte... – Ele pareceu sério.<br />
- Mas como assim? – Não entendi a resposta.<br />
- Pronto pra mais uma historinha? – Me perguntou com um leve sorriso.<br />
- Só se for a da Rapunzel... – Falei,debochando.<br />
- Tem Wrestling em Rapunzel? – Riu.<br />
- Conta,vai. – Empurrei a conversa.<br />
- Bem,eu não sei se você sabe,mas o “Grupo de Extermínio”,são os dez primeiros colocados no ranking da escola,sempre. Davi era o sexto colocado no ranking,só que ele decidiu lutar pelos thunderbolts...por isso,os exterminadores se revoltaram com ele,e isso gerou vários conflitos na escola,talvez por isso tenham executado o Leandro...O fato é: Davi queria sair do Grupo de Extermínio,mas eles não deixavam,sabe que ele até lutou comigo,ordenado pelo Grupo de Extermínio? Enfim: O grupo de Extermínio,depois das finais,fez uma proposta insana,se ele conseguisse derrotar sozinho os outros 9 membros,ele poderia sair,e se tornaria o primeiro colocado do ranking,lugar que seria do presidente do Grupo de Extermínio...<br />
- Nossa! E depois? – Fiquei fervorosamente curioso a cada instante.<br />
- Eles disseram o dia e hora que ele deveria entrar no ringue,e no outro dia colocaram a jaqueta do homem que matou Leandro na nossa sala... Então,no dia e na hora combinadas,incrivelmente ele apareceu lá,com a jaqueta em mãos, e disse “Eu aceito!” – Ele parecia descontraído.<br />
- E daí? – Fiquei mais e mais curioso<br />
- Daí que ele....venceu. – Ele demorou pra dizer essa última palavra.<br />
- Como assim? – Não acreditei.<br />
- Ele venceu,ué. Eram lutar 1x1,só que ele estava sozinho contra 9 caras. – Ele parecia tão.....calmo.<br />
A violência com que aquilo me atingiu foi tamanha que Matheus começou a rir,gargalhar. A cena cômica durou até que ele de debruçou contra as grades da passarela de novo,o sol queimava sobre nossos rostos e o vento balançava os cabelos ruivos levemente.<br />
- Os raios estão mortos. – Ele disse erroneamente aquelas palavras,que entraram nos meus ouvidos como o som ensurdecedor de um grito,sinal de que nunca esqueceria.<br />
- O que vamos fazer agora? – Perguntei, em sinal de insegurança.<br />
- Voltar talvez,eu não sei – Ele continuava a se fazer parecer patético, claro que eu não iria dizer isso a ele.<br />
- Não faz sentido continuar por aqui, o que você e o Bruno queriam? – Perguntei, me colocando no meu lugar.<br />
- Assistir à algumas lutas...não sei bem, já deve fazer uma hora que saímos – Ele disse, em resposta a minha imposição.<br />
- Vamos voltar – Sugeri – Você está bem? – Perguntei, mediante os acontecimentos daquela tarde.<br />
- Sim,estou. – Claro que estava, é como se nada tivesse acontecido,como se uma parede indestrutível permanecesse firme pêra a verdade que a chicoteava por fora.<br />
- Claro que está – Me virei,andando a passos largos até o ponto de ônibus,indo,talvez,parar em casa.<br />
- Isso foi sarcasmo? – Ele continuou a se negar a admitir que estava triste.<br />
- Não, só falei por falar. – Dei de ombros.<br />
Saímos dali e voltamos ao ponto de ônibus,não muito longe dali,em um absurdo silêncio,quase uma tortura.Andamos e olhamos o lugar, e pensando no que fazer a seguir,perdidos dentro das nossas próprias mentes. Esperamos por mais alguns minutos,até que não agüentei:<br />
- Putz! Que saco! – Soltei,olhando para o lado contrário ao de Matheus.<br />
- Que foi, Jorge? – Ele olhou pra mim,segurando um sorriso.<br />
- To com fome,to de mal-humor,e não é a minha tarde mais agradável! – Respondi. E Matheus me respondeu com um silêncio de alguns segundos,depois,gargalhou,gargalhou,e por fim: gargalhou. A risada durou tanto que eu fiquei sem graça,até que,pra minha salvação,nosso ônibus chegou. Entrei no ônibus e passamos pela roleta,procuramos alguns lugares perto da porta,e me sentei na janela,de novo. Eu olhava pras ruas e não pensava em mais nada a não ser as revelações,haveria mais alguma coisa,absurdamente importante,da qual eu não saberia? O céu apenas refletia a aflição nos meus olhos,junto com o vento saído das janelas do ônibus de forma gélida,fazendo-me,arrepiar,e de repente:chuva de verão. Sorrateira e imprevisível,sol de manhã,chuva à tardinha,talvez seja comparado à minha situação bipolar,talvez a minha vida inteira não fugisse à essa regra. O mundo inteiro parecia monótono pra mim à partir dali,por que não viver loucamente? Momentos de queda-livre emocional e de falha na respiração, batimentos irregulares, suor, a insegurança,eu adorava esses sentimentos, não por realmente gostar deles, mas pela sensação de vitória quando essa sensação é superada. A vida é uma luta, uma grande luta,se fosse fácil,qual seria a graça de ser inconsequente? Voltei à dura realidade,olhei pra Matheus e ele me devolveu com um sorriso de canto de rosto. Me virei pra fechar as janelas,não queria ficar resfriado...não podia ficar resfriado.<br />
- Chuvas como essa são imprevisível,né? – Matheus puxou assunto,de forma confiável.<br />
- Sim,está muito,muito,muito quente mesmo. O problema é que cai a chuva e continua quente – Resposta fútil,talvez uma resposta pra mim mesmo.<br />
- O calor é persistente,todos deveriam ser assim – Matheus entendeu o que eu estava dizendo.<br />
- Mudando de assunto, o que você e o Bruno fazem naquela escola? Vocês me tiraram de uma baita surra... Você praticam algum tipo de esporte,não é? – Perguntei inseguro.<br />
- Atualmente o Bruno é presidente do grupo de pugilismo,e eu do clube de Tae kwon do. – Ele me respondeu sério.<br />
- Tae kwon do é interessante...você gosta? – Perguntei,olhando pra janela,onde a chuva desaparecia lentamente.<br />
- Se não gostasse não praticaria,né? – Riu.<br />
- Eu penso em praticar algo assim mas....não são muitas as coisas que me motivam a fazer...até porque eu me machucaria todo. – Desabafei.<br />
- Se não se machucasse não teria graça. – Acho que ele estava me cortando... – E o que você vai fazer agora? – Me olhou,sério.<br />
- Como assim? <br />
- Disse que não ia entrar sem motivos na escola,estou te apresentando motivos para não entrar.<br />
- Eu até que quero,mas preciso de motivação,sabe? Aquela chama?<br />
- O campeonato da prêmios aos vencedores... – Me olhou, rindo.<br />
- Quanto? – Brinquei. E ele entrou na brincadeira me falando aquele número com tantos zeros que nem sei se aquele número realmente existia.<br />
- Brincadeira, isso só é revelado no início do torneio. – Continuou. – Vamos descer. <br />
Me levantei e descemos do ônibus,o sol queimava irremediavelmente sobre nossos corpos cansados,andando pela avenida, ele continuou:<br />
- Sabe,o Leandro tinha uma namorada....bem...quase uma namorada. – Sorriu.<br />
- Entendo... – Continuei.<br />
Nesse momento chegávamos de volta à porta da minha casa,com Bruno e Emily nos esperando,cansados.<br />
- Onde vocês estavam? – Bruno soltou atordoado.<br />
- Vendo um velho amigo... – Matheus disse, aparentando tristeza.<br />
- E pra onde vamos agora? – Colocava pressão, nem pareciam dois amigos.<br />
- Não sei, pra lanchonete de sempre? – Propôs.<br />
- Pode ser – Bruno sorria alegremente, enquanto eu me sentava perto da Emily.<br />
- Oi. – Cochichei, em meio à possível discussão.<br />
- Oi..o que estavam fazendo? – Eu conhecia aquela cara de curiosidade.<br />
- Depois te conto.<br />
- Ta bom...olha...preciso te falar uma coisa.<br />
- Cê não ta grávida, né? – Me espantei.<br />
- Como poderia estar? – O tom de voz aumentou.<br />
- Deixa pra lá...o que é? – Eu disse todas essas coisas fúteis até aqui, porque estava aflito...detalhes.<br />
- Sua mãe...te matriculou no Parque das Rosas...ela me disse agora a pouco. – Hesitou naquela frase. Naquele momento,todos sentiram um calafrio,e boom: tensão total.<br />
- “Meu mundo caiu...” – Bruno brincou.<br />
- Inesperado, preocupante eu diria. – Matheus continuou.<br />
- Pronto, agora to ferrado. – Suspirei.<br />
- Não é tão ruim...mas você vai ter que aprender a se defender. – Matheus pareceu preocupado.<br />
- Todo mundo já está de olho em vocês porque andam com a gente, agora então...é bom que você procure um clube de seu interesse e comece a praticar alguma arte-marcial para a sua auto-defesa. – Bruno estava sério,por um pequeno momento.<br />
- Ta bom,vai, mas primeiro preciso levar a Emily pra ver uma pessoa. – Completei.<br />
- Precisa? - Ela continuou.<br />
E assim foi, levei Emily para ver a Sabrina, depois as férias se passaram normalmente eu finalmente me dei conta de que estava as vésperas do grande dia,estremeci loucamente.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-367129050197333872010-06-15T21:57:00.000-03:002010-06-15T21:57:26.119-03:00Descaso InfantilEsse é um texto que fiz pro mini-game de junho do Animes Shoujo,particularmente gostei,resolvi fazer por merecer e compartilhá-lo com vocês,espero que leiam e que,principalmente,gostem e comentem,no mais é isso,aí está o nosso texto bobinho:<br />
<blockquote>Entrando naquele lugar,saindo do sereno noturno de outono,com os dedos dormentes, mal respirava naquele clima seco, idéias se mutilavam enquanto tentava achar um lugar naquela pequena lanchonete, um clima aconchegante e quente, quase que um amor mútuo. O lugar quase vazio expressa um clima que Eric gostava ainda mais, o som das obsoletas caixas de som trazia alguma música norte-americana dos anos 80,não era ruim,apenas ilustrava a situação. Eric andou quase que como se a mesa ao canto esquerdo do lugar,ao lado da janela,o chamasse. Ele olhou para o lado e lá estava: A lua cheia quase como um olho de uma donzela noturna brilhava sobre ele,e então,ouviu ele gritos,como o olho de uma tempestade se aproximando.<br />
- Sai daqui,seu idiota! Não ta vendo que não quero nada com você? – A garota gritava,desconhecida,costas dadas à Eric.<br />
- Nossa ,gatinha, só queria ajudar, princesa. – A figura não era amigável, só aquele linguajar fútil o enojava.<br />
- Não está ajudando,ser troglodita! Não quero nada com você! Seu imbecil! – Ela parecia irritada, se sentou.<br />
O homem pareceu nervoso. Não sei se foi por intuição, extinto, ou espírito humanitário,mas Eric se levantou e foi até aquela mesa. As músicas antiquadas ilustravam aquele clima retrospectivo,talvez. Colocou a mão sobre o ombro daquela garota desconhecida e forjou um sorriso ator, quase sínico.<br />
- Oi, meu bem. – E sorriu naturalmente de forma absurda. Ela entendeu.<br />
- Oi, achei que você não vinha mais – E segurava a as lágrimas ainda presentes nos seus olhos.<br />
O homem se afastou, a figura sumiu na noite, pelo casaco marrom. Eric olhou a garota e percebeu que sua mão ainda estava no ombro dela, tirou a mão como se estivesse num processador de carnes, não costumava tocar muitas garotas,era sempre negado. Resguardado e em parte tímido, porém, extrovertido e muito comunicativo: esse era Eric. Apesar da momentânea circunstância constrangedora, retomou sua tópica postura começou a discursar:<br />
- Me desculpe, ele te fez alguma coisa? – Perguntou,incerto.<br />
- Não, e obrigado, não sei o que aconteceria se não fosse por você, me desculpe incomodá-lo... – Suas lágrimas por algum motivo ainda caíam.<br />
- Eric. – Completou.<br />
- Desculpe incomodá-lo, Eric. – Confirmou.<br />
- Sem segundas intenções, será que eu poderia me sentar aqui? É difícil comer de forma bem-humorada quando se está sozinho,concorda? Ou está esperando alguém? – A confusão tomava conta.<br />
- Não estou, só vim espairecer, não foi uma noite fácil. – Desabafou.<br />
- Eu sei como é, estou aflito, fiz uma prova pra um colégio técnico hoje, não sei e vou passar...<br />
- Fica calmo, poderia ser pior. – E continuava a se lamentar,percebia isso pelas lágrimas e o forjado sorriso. Eric se sentiu na responsabilidade de acolher a pobre garota.<br />
- Quer me contar o que houve? – Se sentou um pouco mais próximo e se debruçou na mesa, olhando-a atentamente.<br />
- São só alguns problemas familiares, meus pai não é tão legal, mas não quero ser chata, é melhor encerrarmos o assunto. – Pela primeira vez a linda garota sorriu, uma cena que nunca mais sairia da cabeça de Eric.<br />
E a conversa foi, voltou, foi de novo, tropeçou, se levantou e continuou, até que, depois de comerem ela se foi, e Eric se deu conta de que nada sabia sobre a garota chorona, tímida, sorridente, e especial,não era como as garotas que, em seus singelos quatorze anos, já tinha visto. Seria amor à primeira vista? Paixão? Ou mesmo a incerteza de um encontro casual? Este que vos fala não sabe responder.<br />
</blockquote>DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-40960146291906248562010-06-01T18:43:00.002-03:002010-06-01T18:45:05.112-03:00Dez regras para ser um super-vilãoAqui vão as dez regras básicas pra você que se revoltou contra quem quis ser um super-herói,e agora quer expressar toda a sua maldade para ser um super-vilão. Primeiro,você tem que descobrir se está apto a ser um super-vilão. É uma pergunta simples: A sua sombra é mais honesta que você? Ótimo! Esse é o espírito! Agora,tem três tipos de super-vilões: Os que eram nerds,e ficam bombados/cérebro congelado.Os normais: que continuam normais,são pirados,loucos de pedra ou não sabem controlar os poderes(alguns deles nem têm poderes). E os fodões,que,incrivelmente,até nos flashbacks em que mostra a infância dele e parece foda. Mas para todos os efeitos,aqui vão elas:<br />
<blockquote><b style="color: #660000;">Dez regras pra ser um super-vilão:</b><br />
<ol style="list-style-image: none;"><li><b>Heróis são viciados,vilões são saudáveis</b> - Você já viu algum vilão fumando? Bebendo? Eu acho que não,ao contrário dos heróis,eles não consomem esse tipo de produtos,tem um físico melhor e fazem exercícios regularmente. Enquanto os heróis são drogados bêbados sedentários.</li>
<li><b>Nunca é culpa deles</b> -Os vilões só nascem por ódio aos super-heróis,ja parou pra pensar nisso?Mesmo quando eles são loucos com poderes,ele não fazem maluquice antes do herói f*der com tudo!</li>
<li><b>Heróis são mulherengos,vilões são moços de família </b>-Heróis,em uma saga,se apaixonam 1001 vezes,em 1000 dessas vezes,a moça morre ou termina o relacionamento. Enquanto que vilões tem sua família e filhos pra cuidar,e geralmente o filho mais velho é o heróizinho de m3*da que mal sabe que tem poderes.</li>
<li><b>Frases de efeito</b> - O vilão,antes de morrer/ser derrotado,diz uma frase de efeito que meche com a cabeça de todos,superando a frase anteriormente dita pelo herói(também acontece em animê).</li>
<li><b>O poder está na capa</b> -E por apenas R$ 19,90 você pode comprar essa super-capa para super-vilões,levando totalmente de graça: esse lindo capacete do magneto! Os vilões fodões sempre usam capa,SEMPRE!</li>
<li><b>Regra do xixi</b> -Vilões tem território marcado,por isso,quando eles formam super-sociedades vilanescas para acabar com super-amiguinhos-eminhos de heróis,não dá certo. Mas já parou pra pensar que apenas um vilão é suficiente pra deixar os heróis desse tipo de aliança desesperados?</li>
<li><b>Regra do "Bizarro"</b> - Todo super-herói tem um super-vilão igualmente poderoso,(a não ser o Blade,aquele baitola não tem jeito)</li>
<li><b>Lei de Murphy</b> - "Se algo pode dar errado,certamente dará" Ou seja: Estão conspirando a seu favor!</li>
<li><b>Gravidade</b> - Agradeça,uma surra não seria a mesma coisa sem ela. </li>
<li> <b>Risada maléfca</b> -Prepare uma: Foi assim que Tarzan fez sucesso</li>
</ol></blockquote>DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-86914098337832639242010-06-01T17:48:00.000-03:002010-06-01T17:48:38.701-03:00Layoutsá,pessoas de todas as dimensões.<br />
Pela falta do que fazer,resolvi mostrar-lhes mais uma de minhas paixões: webdesign.<br />
"Mas o que é webdesign,Panda-sensei?"<br />
Descubra <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Webdesign">clicando aqui</a>. Enfim,resolvi mostrá-los algumas das minhas criações, vamos lá?<br />
<br />
Pra começar: <a href="http://animemangashoujo.blogspot.com/">Animes/Mangás Shoujo</a><br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwRSeVih6lR2hhjmgdWWVnaZdCG9rBCLt9wbmGNUKK3KyP6yIBdoc5-BWFeCD4Ov3rtXJS6eps6Cv10SSK3FVlPclHfjfup6GDnRYGe7xY48aM2UEx1ed0rvAe3cBlY10aUKOGAK7IfCA/s1600/AMS3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwRSeVih6lR2hhjmgdWWVnaZdCG9rBCLt9wbmGNUKK3KyP6yIBdoc5-BWFeCD4Ov3rtXJS6eps6Cv10SSK3FVlPclHfjfup6GDnRYGe7xY48aM2UEx1ed0rvAe3cBlY10aUKOGAK7IfCA/s320/AMS3.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLbzncF4ICG23SvEw3NVMM-6Vah62rz392c0eOLkfd503x9Wn9Z9FBkiTtpShnr7FAu3wb4fi-vqOiJdpHUa_pyAuntEpu_TAZmaFdv67JmQpRGMVyLhveZD-HdBeJlzcFQC2h5m4W72E/s1600/AMS2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLbzncF4ICG23SvEw3NVMM-6Vah62rz392c0eOLkfd503x9Wn9Z9FBkiTtpShnr7FAu3wb4fi-vqOiJdpHUa_pyAuntEpu_TAZmaFdv67JmQpRGMVyLhveZD-HdBeJlzcFQC2h5m4W72E/s320/AMS2.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgvndCzX1rAzlLT7xku_TCk1Pa7AyEkPhX9Wbfsv8HQjE1_h_dpRjy9VsXWNVANkYprT5Q0C08byf5E4HybNParAUqna6J1R9GGLbL4DK9gRVrcSUY8TnIXPU6FCLCoExcNv-suTbAtbw/s1600/AMS4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgvndCzX1rAzlLT7xku_TCk1Pa7AyEkPhX9Wbfsv8HQjE1_h_dpRjy9VsXWNVANkYprT5Q0C08byf5E4HybNParAUqna6J1R9GGLbL4DK9gRVrcSUY8TnIXPU6FCLCoExcNv-suTbAtbw/s320/AMS4.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMkzJYEWHEl0sQjOcrsWWjLqGX6YbetV-QJzJLG-s1Wms5R90LPQ4kw1CuivXs3EpTtzSj_T_0wuDaTZILXL92VyE2dOR3H1dODwZ7hTpMJz3X1GF7dPTjJp5DABZ2PNmGPs6aJgKr_SM/s1600/AMS1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMkzJYEWHEl0sQjOcrsWWjLqGX6YbetV-QJzJLG-s1Wms5R90LPQ4kw1CuivXs3EpTtzSj_T_0wuDaTZILXL92VyE2dOR3H1dODwZ7hTpMJz3X1GF7dPTjJp5DABZ2PNmGPs6aJgKr_SM/s320/AMS1.jpg" /></a></div><br />
Nesse blog fiz todo o trabalho,desde o layout à programação,e a Kisaki posta os conteúdos(90% deles eu nem chego a ver)</blockquote><br />
Depois,o Pokemon Frontier. Infelizmente,esse site nunca nem ao menos chegou a ficar online - eu bem que queria que tivesse ficado - então não tem como postar os links aqui,mas você pode conferir pelo simples "print".<br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGw6irmrzZBWQufqvPvQieV1qcc10Y5p4xReGeTzmI1-7i2hpytF5RSYnvnfc_k6JAtCzNRzklq6uHUDa6Q6zAZK-upGYz4Ku4cH3OqZt1xc7jNVM23Clrq6gh2Jqhyphenhyphen59rAwMQABxhXF8/s1600/layout.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGw6irmrzZBWQufqvPvQieV1qcc10Y5p4xReGeTzmI1-7i2hpytF5RSYnvnfc_k6JAtCzNRzklq6uHUDa6Q6zAZK-upGYz4Ku4cH3OqZt1xc7jNVM23Clrq6gh2Jqhyphenhyphen59rAwMQABxhXF8/s320/layout.jpg" /></a></div>Eu gostei <b>muito</b> desse layout,eu só não pude colocar o site online porque na época eu não conseguiria programar um layout assim.</blockquote><br />
Fiz vários layouts pro <a href="http://www.animes-book.blogspot.com/">Animes Book</a>(ele está inativo,mas pra quem quiser visitar[e a dona dele conseguiu <s>cagar</s> destruir meu trabalho com o layout atual]),só que não tirei prints de muitos,fiz um pro nataç até,eu acho... Esse foi no finalzinho de outubro,que fiz,estourando novembro:<br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlpsYMqixqUwQIY4T0blTZBVbPgYXzQJpmt9iLa6sYikTFhpNqKOL0rfT8zJ6A2Be_32LO79FrEZ1Pa7awYf877-MyOZgMIlf4b92aoKz6oBVCdMGXhi5eJv0vTUd2LWX_A_2cRNfuJD8/s1600/halloween.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlpsYMqixqUwQIY4T0blTZBVbPgYXzQJpmt9iLa6sYikTFhpNqKOL0rfT8zJ6A2Be_32LO79FrEZ1Pa7awYf877-MyOZgMIlf4b92aoKz6oBVCdMGXhi5eJv0vTUd2LWX_A_2cRNfuJD8/s320/halloween.jpg" /></a></div>Esse foi o único print que achei,mes desculpem por isso.</blockquote>Depois,o <a href="http://www.sevengeek.blogspot.com/">Seven Geek</a>, mais um em que tive todo o trabalho de design e programação:<br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1oGFBgZ4q5HyJ7FjISNXTSKIz1rYWWALmUJwdhdzNU_hxa5ljV2gteIc0OJNLlb2MHeCdKRWmFQm-1f3d1w3hk5TR75lk0PyGDFsvpYc7CCQDlBMXeqrTvDwf-WctEz_1wTo0tHy7g6o/s1600/7G1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1oGFBgZ4q5HyJ7FjISNXTSKIz1rYWWALmUJwdhdzNU_hxa5ljV2gteIc0OJNLlb2MHeCdKRWmFQm-1f3d1w3hk5TR75lk0PyGDFsvpYc7CCQDlBMXeqrTvDwf-WctEz_1wTo0tHy7g6o/s320/7G1.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0n-3m2OmHU2LYw4Da7ic6y45wsm3_YzOph4Lm3gey16-u0tX1jr-WFdSH7z_hQELQ22am19vCgx6YaLnUJ-17UAAa1IdV0zAq6esTXk8umtVlMUqa8fopMOlwHCxs-OxAqiYzlzah-X4/s1600/7G2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0n-3m2OmHU2LYw4Da7ic6y45wsm3_YzOph4Lm3gey16-u0tX1jr-WFdSH7z_hQELQ22am19vCgx6YaLnUJ-17UAAa1IdV0zAq6esTXk8umtVlMUqa8fopMOlwHCxs-OxAqiYzlzah-X4/s320/7G2.jpg" /></a></div>Gostei muito desse blog,vocês não?</blockquote>E o mais recente(e que ainda não está on) Animes Burst:<br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj5iWkGgb153kFaHO4U6Ds9_NvcAgbu6OWQ9Ux9PNJ3MRm9tkoqWc6bHmIX9md0Dx1ifZWoCUmc7BdTz3W4DHOBZpatFuVfxf-tup8Db3rXGwRulCiIPn8-G_MFGmUrsIhpughMmMW6fw/s1600/layout-burst.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj5iWkGgb153kFaHO4U6Ds9_NvcAgbu6OWQ9Ux9PNJ3MRm9tkoqWc6bHmIX9md0Dx1ifZWoCUmc7BdTz3W4DHOBZpatFuVfxf-tup8Db3rXGwRulCiIPn8-G_MFGmUrsIhpughMmMW6fw/s320/layout-burst.jpg" /></a></div>Eu terminei esse pouco antes de postar,melhorei bastante,né?<br />
</blockquote>Por favor,comentem e me digam o que acharam,desde já eu agradeço! :DDTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-78127382058119373122010-05-29T10:21:00.003-03:002010-05-29T10:23:28.127-03:00Dez regras para ser um super-herói.Aqui vão as dez regras (originais minhas,que eu mesmo escrevi,por isso,não copiem!) para que você,sedentário nerd sentadão aí no seu computador,possa ser um super-herói de verdade. <br />
<blockquote><b style="margin:5px;"><span style="color: #660000;">Dez regras para ser um super-herói: </span></b><br />
<ol style="list-style-image: none;"><li><b>Efeito Mash</b> - Com uma boa cueca por cima da calça,quem precisa de máscaras? Além do mais,você é um nerd voando/correndo/se balançando por aí de ceroulas! O que eles menos vão reparar é sua cara,animal!</li>
<li><b>Testosterona's power</b> - Tenha uma vizinha boazuda(geralmente ruiva ou morena).Afinal,super-heróis não namoram super-heróis,nunca dá certo.<br />
</li>
<li><b>Gosto musical </b>- Você não tem,esqueça os beatles,Joey.<br />
</li>
<li><b>Mim ser cabra omi</b> - Parece impossível?Você pode pedir ajuda mas seu ego fala mais alto?Não se preocupe!Parta pra ignorância!</li>
<li><b>Algoritmo infinito/loop </b>- O quê? Pensou que só porque deu uma surra nele,ele vai apodrecer eternamente na cadeia? Eles nunca dão pena de morte,cara. E sempre vão para uma "prisão de segurança mínima",onde tudo da errado porque o guarda gordão estava jogando strip poker na sala de vigilância!<br />
</li>
<li><b>Com grandes poderes vem grandes responsabilidades</b> - Então,se depois do "rala e rola",ela engravidar,não adianta correr,cara!</li>
<li><b>Fraquezas</b> - Você pode escolher entre couve-flor,repolho ou a sua mãe.<br />
</li>
<li><b>Pensou que era fácil,Charlie Brown?</b>(sim,o garoto das tirinhas do seu livro de português) - Todo super herói é corno antes mesmo de começar a namorar,porque o melhor amigo dele,que posteriormente será seu pior inimigo,estava pegando a garota(sim,aquela vadia) que você está pegando agora,e ela não vai te contar. A verdade dói.<br />
</li>
<li><b>Portas?Pra quê?</b> - Você sempre vai acabar abrindo um bucado na parede mesmo,e levando uma surra.<br />
</li>
<li><b>Piadas clichês</b> - Prepare algumas,caso você não comece levando um cacete federal(sim,eu tirei isso de "Ultimate Spider-man").<br />
</li>
</ol></blockquote>DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-62139066500761640112010-05-27T17:22:00.001-03:002010-05-27T17:25:35.052-03:00AmigoAmigo...Amigo é aquela pessoa que você admira,e mesmo assim chama de praga. Aquela pessoa que te lembra o quanto você é bom em uma coisa,e como é péssimo em outra.É aquele cara que você encontra na fila da padaria à tarde,morrendo de fome,e passa na sua frente pra te fazer esperar mais meia hora por mais alguns pães.É aquele amigo que come muito na lanchonete e ainda pede pra você pagar. É aquele desgraçado que quando vê você aos beijos com a namorada,solta um: "E aí,como vai a Fernandinha?". É o que responde que é você,quando a professora pergunta "Quem sabe cozinhar?". E é melhor que você saiba. É a mão que se extende quando você cai,e solta calmamente as lindas palavras: "Se f*$3u!".É o parceiro que sempre te liga à meia-noite lembrando do trabalho de física,e mesmo você dizendo que já fez,ele diz "Mas é pra mim!".Amigo é aquele cara que pergunta pra você qual é a resposta da 5,e,mesmo sabendo que é a letra "a",você diz pra ele que é a letra "d",só pra ter o prazer de saber que tirou uma nota maior que a dele,já que tinha colado a prova inteira.É aquele cara que você acorda no meio da noite pra levar você até o banheiro,porque está com medo,não do escuro,mas de errar o vaso. É o cara que,quando está assistindo aos jogos da copa,e todos estão gritando,ele berra "Vai Argentina!!!". É o filho da mãe pra quem você empresta a metade da sua mesada,você sabe que o corno não vai pagar,mas empresta o dinheiro mesmo assim. É a pessoa que você tem prazer de falar "O José falou que a Beatriz é uma delícia!",quando na verdade ele apenas disse que a garota é bonitinha. É aquele cara que quando você convida pra assistir "O unicórnio azul",te faz assistir toda a série star wars. É quem você tem certeza que gosta da sua mãe,já que ele vive falando coisas como "Sua mãe tá boa?Ela parecia tão feliz noite passada...". É o cara que adora sacanear com você quando leva um fora,mas ele leva mais foras que você. É o cara que conta pra sua namorada que você dorme com um pijama de bolinhas azuis. É o que faz idiotices com você,como gritar "Hadouken!" durante uma aula ou mesmo gritar "Vai planeta!" no fim de uma prova. É o cara que,quando você falta de aula,responde "Presente!",ou mesmo assina seu nome pra você. É o cara que quando você leva uma bolada,ele dá outra,só pra ter certeza. É aquele cara que aposta com você,valendo uma corrida nua numa avenida movimentada,uma filmagem e um post no youtube. Enfim: Amigo é aquele cara que te faz tão mau quanto um inimigo,mas você ama ele mesmo assim,porque senão,ele não te emprestaria a metade da mesada!DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-13639718477537653422010-05-20T21:34:00.000-03:002010-05-20T21:34:13.525-03:00Música,música,doce música(?)Bem,de uns dias pra cá eu estava estudando javascript,e dando uma ajeitada na minha vida,resolvendo problemas e na correria,por isso,resolvi postar algumas as músicas que eu gosto de ouvir quando estou escrevendo,essas talvez não sejam citadas sempre na fic,esse é mais como um post pra descontrair,então vamos lá!<br />
<br />
<a name='more'></a>Primeiro,Pain,do Three Days Grace. Eu realmente não sei como definir essa música. Antes de tudo,a letra e a tradução dessa música você confere <a href="http://letras.terra.com.br/three-days-grace/567111/traducao.html">aqui</a><br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/3dCfn5tDFxo&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/3dCfn5tDFxo&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
Esse vídeo foi muito bem feito,apesar de não ser chamativo,é de certa forma forte,adoro ele.<br />
Depois,uma música que todo mundo ja deve ter ouvido,before I forget,do slipknot,me desculpem pelo comentário ridículo,mas adoro os back vocals dessa música!<br />
<object height="340" width="560"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/v_09wFxoaeQ&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/v_09wFxoaeQ&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object><br />
A letra dela pode ser conferida <a href="http://letras.terra.com.br/slipknot/85646/">aqui</a>.Tremenda nostalgia que me da ouvir isso!<br />
Agora,uma música que ouço muito imaginando cenas tristes,consigo ver toda a cena passando na minha cabeça!(lol)<a href="http://letras.terra.com.br/3-doors-down/296315/traducao.html">Behind those eyes</a>,do Three doors down.<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/5gY5QZGGI6E&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/5gY5QZGGI6E&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
Nada mais a declarar.<br />
Que tal então uma pra deixar seus extintos violentos aflorarem diantes de uma música simplesmente INSANA?<a href="http://letras.terra.com.br/all-that-remains/715130/">The air that I breathe</a>! Do All that remains.<br />
<object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/GG9qlKEyV4E&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/GG9qlKEyV4E&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object><br />
Então.....é isso! É nisso que dá não ter o que postar né?! Um abraço a todos aí,espero vê-los logo!DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-7536604334830352932010-05-17T20:48:00.001-03:002010-05-17T21:25:53.919-03:00Não,ainda não.Bem,para aqueles que não conseguem esperar o Capítulo 6 de asas de papel,não deixem de visitar o blog,postarei algumas coisas inúteis por aqui,vou tentar inovar um pouco,então,não deixem de nos visitar,e,além disso,visitem a página de <a href="http://deathcreations.blogspot.com/p/contato.html">Contato </a>e deixem-me um recado,enquanto esperam pelo próximo capítulo. Aproveitando um post que fala do blog e que vocês estão na página de contato,que tal se o seu blog quiser trocar links ou buttons com o meu? Seria bom,não acha?E nesse despero todo de divulgação,visitem meu twitter,me sigam,pessoas! E entrem no blog do <a href="http://serieelementais.wordpress.com/">Yokuo</a>,o cara tem um puta bom humor e me apoiou bastante até aqui,sei que é chato ler coisas assim,mas,sei lá,talvez fosse bom falar dos outros de vez em quando,não? Ando meio ocupado com lances de escola e entrega de alguns trabalhos,mas ainda tenho algum tempo livre,o fato é que tenho que pensar nos próximos capítulos,eles serão cruciais para o desenrolar da história,e não quero que fique uma coisa muito melosa,ninguém merece! Por falar nisso,quem quiser fazer ilustrações,ou mesmo publicar sua história/fanfic aqui,é só falar comigo pela página de contato,eu checo ela todos os dias à noite,só pra informar.<br />
<br />
Então é isso,gente! Até a próxima! E eu espero que seja rápido!!!DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-51597209972004708852010-05-16T11:06:00.004-03:002010-05-16T22:24:41.955-03:00Asas de papel - Capítulo 5João aparentava estar desesperado,e estava mesmo. Aquela ceia seria o palco de um momento especial para ele – e para Lolly – por algum motivo,de repente ele começou a aparentar ansiedade demasiada,visto que Lolly ainda se banhava,Emily estava se trocando e todos estavam de alguma forma ocupados. Resolvi acabar logo com aquilo,ali,sentado sobre o sofá xadrez da sala de estar,em meio àquele clima movimentado,levantei-me lentamente e fui até João:<br />
- João,tem um minuto? – Perguntei.<br />
- Tenho até dois – A ansiedade tomava conta.<br />
- É sobre aquilo,podemos conversar um pouco? – Sugeri.<br />
- Claro.<br />
Levantou-se e caminhamos até a porta,passando pela pequena mesa da cozinha,e pelo bom e velho sofá xadrez,andamos mais alguns passos e estávamos de frente à porta de madeira,eu a abri e passei,João veio logo atrás de mim,mais alguns passos pela escada e já estava ótimo: nos sentamos ali mesmo,eu um degrau abaixo dele.<br />
<a name='more'></a><br />
- E aí,como estão as coisas?Já decidiu tudo? – Perguntei,enquanto me abaixava um pouco,enquanto juntava minhas mãos sobre minhas pernas.<br />
- To com medo de que algo não dê certo – Eu não via seu rosto,mas sua voz aparentava certa incerteza.<br />
- Vai dar – Fechei meus olhos por um instante,relembrando alguns momentos meus,depois de uma breve pausa,abri meu olhos e prossegui – Sempre dá.<br />
- Bem,a idéia foi sua,pelo menos posso te culpar – Brincou.<br />
- Amigo,ela vai gostar! – Me virei para trás,podendo olhar nos olhos dele. – Onde está? <br />
- No fundo da minha bolsa. – Ele entendeu a pergunta. Me levantei,bati no ombro dele e completei:<br />
- Espere aqui. – Sorri inconvenientemente.<br />
Subi uns dez ou quinze degraus e já estava no pequeno corredor cujo a luz mal iluminava coisa alguma. Abri a porta e passei pelo sofá – dessa vez com Greg deitado,à vontade – e pela cozinha,virando-me estava de frente para o meu quarto. Eu tinha de ser delicado,pois as meninas estavam no quarto ao lado,meu quarto tinha um guarda-roupas na lateral esquerda,uma estante na direita,com alguns livros,cadernos e canetas,ao meu lado,a minha escrivaninha,de onde saíam os mais mirabolantes projetos,e a minha cama,confortável,larga,encostada na parede,abaixo da janela . De frente para minha cama,estava a bolsa de João. No pequeno percurso,sempre olhava para trás,me certificando de que ninguém estava no quarto,inútil insegurança. Agachei-me e abri a bolsa de João,haviam ali algumas pilhas de roupas dobradas,e lá embaixo estava o pequeno estojo azul marinho,retangular,um estojo para colares. Me levantei e coloquei o estojo no bolso de trás da minha calça,andei até a porta e a abri,refiz todo o caminho de volta e abri a porta,Greg olhou desconfiado. Desci ligeiramente as escadas e entreguei o estojo à João:<br />
- Obrigado. – Exclamou.<br />
- Não por isso – Andei mais um pouco e me sentei o meu antigo posto. – Por acaso preparou algo pra dizer a ela? – Perguntei.<br />
- Sim – Ele respondeu animado.<br />
- Esqueça,vai soar superficial – Depois de um pausa continuei – seja espontâneo,apenas diga o que sente. – Tentei não parecer fútil.<br />
- Tanto assim? – Seu tom de voz mudou.<br />
- Seja lá o que você for dizer,suas pernas vão bambear como dois gravetos,sua garganta vai secar,seu coração vai estar à ponto de explodir e você vai gaguejar. – Ele pareceu surpreso ao ouvir isso. – Levando isso em conta,não adianta preparar nada se não é aquilo que se quer dizer,não vale a pena...<br />
- Obrigado – ele abaixou sua cabeça.<br />
- Não fiz nada. – me levantei e me pus a andar de volta até o apartamento.<br />
Cada pequeno passo dado,me lembrava de uma memória quase esquecida,de momentos dos quais jamais esquecerei. Adentrando o apartamento,pude sentir o clima mudando,entrei no meu quarto e me deitei suavemente sobre minha cama. Minhas memórias compunham uma melodia dramática,e a tensão tomava conta de mim a cada segundo. À medida que o tempo passava,podia sentir o medo me dominar,as paredes do quarto estavam mudando. Eu podia ver manchas vermelhas como o sangue saírem das paredes,eu não ouvia mais nada. A minha distorção mental aumentava,enquanto que eu não sabia mais se estava sonhando ou se estava acordado,eu podia ver por dentre aquelas paredes sujas de sangue,memórias passando por mim. Numa tentativa desesperada de voltar à realidade,pulei da cama,eu não estava sonhando. O delírio e a alucinação não passaram de um breve momento,olhei para os cantos tentando achar algo que justificasse o que acabara de acontecer. Não havia nada,fui até a porta e a abri suavemente,andando pela cozinha,chagando à sala e me sentando naquele pequeno sofá xadrez,pude esquecer de tudo novamente,jogando minhas memórias num baú no fundo do meu subconsciente. Voltei a mim. Estava quase na hora de todos sairmos,me levantei do sofá e fui até a cozinha,indo até a janela – que dava de frente para o quintal de casa abaixo do meu apartamento – onde aconteceria a ceia. Sobre o muro da casa,na rua,podiam-se ver um enorme número de carros parados na rua,muitos daqueles eu já tinha visto em outras oportunidades. Resolvi pegar meu MP3,e descer com os garotos,visto que mais gente chegaria logo. Entrei no meu quarto e abri a gaveta da escrivaninha,lá estava ele,meu inseparável MP3,coloquei o fones no ouvido e o aparelho no bolso direito,a primeira música era “Hells Bells”,abri a porta do quando enquanto a melodia tocava,pude ver mais gente no apartamento,algumas tias estavam ali e recomendaram que eu fosse logo para a ceia. João ainda estava sentado nas escadas,porque não estava ali,apenas Grerg,sem fala nada sinalizei com o polegar para a porta,diante do nosso sofá xadrez. Ele concordou,me virei então,para a pequena porta de madeira,e a abri lentamente,enquanto cantava a música em minha cabeça,balançava minha cabeça suavemente,enquanto virava o corredor que dava nas escadas. Comecei a descer as escadas,João,que ali estava sentado,se virou e sorriu ao perceber minha presença,retribuí. Ainda empolgado com a música,ouvia ao solo de guitarra enquanto abria o portão que dava na casa abaixo,onde comemoraríamos. Estávamos no quintal gramado,andamos até a varanda,vimos que haviam algumas mesas por todo o quintal e varanda. Haviam ali pessoas que eu conhecia,e que eu desconhecia – sem sinal de Matheus – algumas mesas estavam colocadas sobre toda a varanda e quintal,na varanda,de frente para algumas mesas maiores estava um banco vazio,com um microfone colocado,e um violão recostado,sinal de que teríamos música ao vivo naquela noite. Cumprimentamos alguns conhecidos por ali,sem nunca parar a música,cada uma trazendo uma expressão,um sentimento,uma memória. Sentei-me confortavelmente com João e Greg numa mesa,dessas de frente para o nosso “palco”,seria uma longa noite.<br />
- Caras,isso aqui está incrível! – Greg exclamou.<br />
- Estranho seria se não estivesse – encostei os cotovelos sobre a mesa.<br />
João sorriu e concordou,balançando a cabeça,eu o olhava enquanto percebia sua excitação e ansiedade florescendo segundo à segundo. Enquanto olhava o seu rosto inquieto,pude perceber uma figura ruiva se aproximando,acenando para mim com um leve sorriso no rosto. Bruno estava atrás dele,sorriu e levantou uma mão,num sinal de cumprimento,aproximando-se amigavelmente,levantei-me e fui até eles,para recebe-los calorosamente,a empolgação tomava conta de todos. Andei até eles e conduzi um aperto de mão em cada um deles,seguido de palavras de cumprimento:<br />
- Vamos entrando,vamos entrado! - Apontei com o braço para dentro da varanda.<br />
- É claro que vamos! – Bruno completou.<br />
- Idiota... – Matheus brincou.<br />
Andamos até a mesa,a alguns metros dali,enquanto podia ver vários rostos de pessoas trajando roupas diferentes,com diferentes cheiros,essas sensações me deixam zonzo. Me sentei ao lado de Greg,que olhava pra o pequeno palco montado à sua frente – não encontro palavras para distinguir aquele olhar – Matheus se sentou do meu lado esquerdo,e Bruno se sentou na ponta esquerda da mesa,João se sentou à minha frente,com seu olhar ainda expressando tensão e preocupação,pensei em tranquiliza-lo:<br />
- Aí,João,quer refrigerante? – Ele riu dessa minha fala.<br />
- Vou pegar – Se levantou enquanto colocava as mãos sobre a mesa,sorrindo.<br />
- E então?Cadê a Emily? – Bruno me disse enquanto se encostava na mesa,reclinando-se para olhar-me mais cuidadosamente,logo depois,levantou uma sobrancelha,em sinal debochado.<br />
- Se arrumando,eu acho – Falei descontraído,depois virando os olhos,olhei para um homem que chegava, à nossa a frente,prova de que teríamos um pouco de voz e violão.<br />
- Então daqui a pouco estaremos todos juntos,hein? – Matheus completou.<br />
Tirei o único fone de ouvido que eu utilizava,enquanto ouvia a calorosa “She likes rock n’ roll”,para prestar atenção no homem com uma bermuda jeans,sandálias nos pés e um rosto tranquilo,que tirou o violão do seu encosto,sentou-se cuidadosamente começou a tocar. Era uma música qualquer,parecia ser de autoria dele,já que eu toda a minha vida eu nunca tinha a ouvido. Começou a cantar,de fato a música não era boa,não a meu gosto,mas alimentou o clima de festa em que estávamos.<br />
- Que coisa louca,a música nem é tão boa,mas todos estão aparentemente gostando – puxei a corda de assunto.<br />
- Meu caro,precisamos ter um momento de relaxamento ao ano,um momento despreocupado. – Matheus disse enquanto olhava para o canto superior,prestando detalhadamente atenção nos detalhes da decoração.<br />
- Vocês são muitos rigorosos! Eu curto cada momento! – Greg contou vantagem.<br />
Ninguém respondeu. Continuei prestando atenção em cada detalhe dali. Ainda tínhamos algum tempo. João voltou trazendo algumas taças e um litro de refrigerante,colocando-os perto de cada um,servindo-nos logo em seguida.<br />
- Gelado – Comentei,enquanto levava a taça ao nível do meu queixo,depois,tomando um gole,e a colocando novamente sobre a mesa.<br />
- E como... – João completou,enquanto calmamente se sentava no seu lugar anterior,depois de alguns segundos,bebeu um gole,aconchegou-se com a taça no local,enquanto olhava para o homem que tocava à nossa frente. João suspirou.<br />
- Um brinde à vida,e aos refrigerantes gelados! – Propus.<br />
- Um brinde à um dia do ano em que podemos fazer idiotices,como propor um brinde aos refrigerantes gelados, sem sermos reprimidos pela sociedade! – João,em seu nervosismo,brincou.<br />
Os outros entraram no clima e brindamos,com aquelas taças cheias de refrigerantes numa ceia de natal.<br />
Enquanto brindávamos,deixei de notar que o portão havia se aberto e,Emily estava encostada na parede ao lado,linda,indescritível. Seus cabelos cacheados se realçaram quando vi um sorriso que alegrava todo o seu corpo,com sua blusa preta,aberta,seu jeans,e um tênis,não importa,ela estava perfeita. Coloquei os fones de ouvido em forma de cordão,indo até ela,a cada passo,a vontade de roubar um beijo aumentava,me aproximei do muro e pude sentir o vento quase gelado,talvez nem tenha vindo de fora do meu corpo,talvez seja só a sensação de querer beija-la,me arrepiava. Me aproximei com certo anseio,abrindo os braços quase que imperceptivelmente.<br />
- Oi,amor,você ta linda,sabia? – Enquanto falava,sorria envergonhado.<br />
Ela se aproximou do meu rosto,colocou suas mãos quentes em mim,e me beijou. O tempo parou por um segundo,enquanto fechava meus olhos. Abri eles lentamente e pude vê-la sorrindo alegremente pra mim.<br />
- Obrigada. – Encostou a sua testa na minha e rimos.<br />
Conduzi ela até nossa mesa,onde nos juntamos aos outros,mas nem sinal de Lolly ainda. João parecia frustrado por não encontra-la ali,tomava o seu refrigerante ainda mais rápido,quando não havia nada na taça,ele colocava mais,refazendo e refazendo. Ele parecia não agüentar mais,quando o surpreendi.<br />
- Aí,João... – Apontei com o polegar para a minha esquerda,João acompanhou quase que automaticamente esse movimento,de repente,vi o brilho de seu olhos,que havia se esvaído,voltar a brilhar de forma inocente e tímida. O acompanhei na sua jornada de admiração,sorri para ele e me virei: lá estava ela,Lolly,seus cabelos castanhos na altura dos ombros,destacados por um sorriso amigável,sobre aquele vestido azul,suas mãos juntas,demonstrando certo nervosismo,os olhos castanhos brilhavam com um intensidade correspondente a de João. João por um momento,corou e perdeu o fôlego,sua voz falhou,ficou boquiaberto,não só eles,mas como muitos outros garotos dali. Me levantei,recebendo-a apontando um lugar ao lado do de João,ainda vermelho.<br />
- Acho que ele quer dizer “Você está linda!” – Exclamei,debochando.<br />
- Como você está linda... – João completou. Lorena colocou uma mão sobre a boca,na tentativa de esconder os risos.<br />
- Obrigada! – Lorena disse depois de uma pequena pausa.<br />
Levei-a até seu lugar,ao lado do garoto,ainda envergonhado,com a cabeça baixa.Me sentei ao lado de Emily e demos as mãos,ela se recostou sobre meu ombro direito. Acariciei seu rosto por um momento,enquanto nos olhávamos,apaixonados. Resolvi beija-la por mais uma vez,não resistindo àquele rosto lindo.<br />
- Amo você! – Exclamei,sorrindo.<br />
- Eu amo mais,bobão! – Prosseguiu.<br />
Continuamos alguns momentos naquele clima,por alguns minutos,horas,não sei dizer,confesso que quando estou com ela os minutos passam em velocidade acelerada,não sabia mais nem se um minuto tem realmente sessenta segundos. Ao som daquele violão quase que ignorado,e daquela voz grave,que cantava uma melodia apaixonada,provavelmente feita pra nós dois. Me levantei e me coloquei na missão de pegar algo pra comer,ou mesmo um refrigerante,suco,ou o que mais me parecesse comestível. Vi Lorena e João em um clima tenso,incomum. Resolvi fazer algo,enquanto caminhava,chamei João para uma rápida conversa,enquanto nos dirigíamos à cozinha:<br />
- Como está? – Perguntei,erguendo uma mão em sinal de dúvida.<br />
- Não está... – Ele respondeu,olhando para um canto qualquer.<br />
- Então faça o seguinte: chame-a para fora um pouco e faça o que deve ser feito,afinal,é da Lolly que estamos falando,certo? – Isso foi uma afirmação,não uma pergunta.<br />
- Vou tentar... – Demonstrou insegurança.<br />
- Você vai conseguir,cara. – Dei-lhe um pequeno soco no ombro como sinal de afeto,enquanto me coloquei a andar até a cozinha de novo. “Estamos progredindo!”,falei pra mim mesmo,enquanto andava,feliz da vida,atrás de algum pretexto pra puxar Emily pra fora dali. Caminhando até lá,olhei para os lados,procurando algo que eu mesmo não sabia o que era. Encontrei sobre a mesa uma jarra,parecia suco de laranja,revolvi experimentar,estava gelado,com um copo,experimentei,definitivamente,era o sabor de suco de laranja. Peguei outros copos e distribui certa quantidade para mim e Emily,depois,deixei a jarra com o resto do líquido em cima da mesa,seja lá quem tiver feito. Andei de volta lentamente até a varanda,tentando encontrar Emily,mas cheguei a tempo de ver a cena:<br />
As mãos de João acariciavam o rosto de Lolly,deixando a garota corada,ele não sabia o que fazer,os dois estavam em pé próximos a uma árvore,no quintal. Lolly parecia apavorada,não sabia o que fazer,os dois conversavam,enquanto a garota corava,de cabeça baixa,e João não conseguia parar de tremer,fato que percebi de longe. João tirou o estojo azul escuro,Lolly não conteve sua surpresa,João pareceu feliz ao ver isso,quando abriu o pequeno estojo. Dentro dele,tinha um pequeno colar com um pingente em forma de “L”,que ele tanto queria dar à garota,os olhos de Lolly lacrimejaram,João se segurava para não sucumbir à pressão. Lolly ficou sem reação,pálida. Os olhos verdes de João encontraram os de Lorena,que transformara sua palidez em vergonha,com seu rosto agora vermelho,João pegou o pequeno colar e colocou lentamente sobre Lolly,fazendo-a se arrepiar,e seus olhos se fecharem por um momento.João colocou o colar sobre a linda garota e depois a abraçou,sendo retribuído igualmente por Lolly,que também tremia um pouco. Eles se entreolharam,tensos,sem mais delongas se beijaram sem se importar com as pessoas que assistiram,curiosas,os olhos se fechavam lentamente e o carinho dos dois aumentava a cada instante de que seus lábios permaneciam juntos,eles se abraçaram novamente,em seguida,trocaram algumas palavras que não sei dizer o que era,deduzo serem “Eu amo você”,ou coisa do gênero,não pela leitura labial,mas pela cena em que se encontravam. “Missão cumprida”,eu pensei,enquanto voltava meu olhar para Emily,que voltava o rosto da pequena cena e agora me olhava com uma grande alegria no rosto. Coloquei de volta o fone de ouvido do meu MP3 e resolvi voltar para perto de Emily,agora tocava “Fistful of steel”,Rage against the machine,clássico,no mínimo. Me aproximei com o gingado da música:<br />
- E aí,gata,vem sempre aqui? – Brinquei.<br />
- Bobo – Resmungou,enquanto pegava o copo de suco que se encontrava na minha mão,enquanto o entregava a ela.<br />
- Gatinha,e difícil,gamei – Continuei.<br />
- Ah,assim você me sufoca,gato – Brincou enquanto tomava um gole da bebida.<br />
Continuávamos celebrando quando Lolly e João se juntaram a nós,sentaram-se,estávamos todos reunidos,uma legítima festa de natal com os amigos,família e quem mais estivesse ali,foi realmente muito bom,comemoramos,comemoramos e comemoramos,pra variar. Puxei Emily por um momento,até uma árvore,num lugar quase que escuro,iluminado apenas por uma pequena luz na varanda,não o suficiente para sermos identificados,tinha sido tomado por uma incontrolável vontade de beija-la,de sentir o gosto da boca dela na minha. Bem,somos dois adolescentes apaixonados,não somos?!<br />
- Amo você. – eu disse,enquanto nos abraçávamos.<br />
- Eu também – ela disse,enquanto tocávamos nossos lábios num movimento quase que automático,estávamos nos beijando,de forma incrível.<br />
Permanecemos ali conversando e nos beijando por algum tempo,trocando carícias e falando besteiras,rindo.<br />
Voltamos à mesa quase que imediatamente,tentando fugir de tudo e todos,nos sentamos,ela do meu lado,dessa vez,Greg estava na minha frente. Me senti embaraçado para perguntar,mas precisava saber do que se tratava,resolvi arriscar,soltando a mão de Emily,enquanto sentados,perguntei:<br />
- Greg,tem um minuto? – perguntei acanhado,enquanto me levantava,apontando com o polegar pra dentro.<br />
- Claro,precisamos conversar,né? – Também se levantou.<br />
Nos dirigimos à sala,enquanto ele procurava algo para se encostar,encontrou uma pequena janela,suficiente para coloca seus cotovelos e se inclinar para var lá fora. Me encostei na parede perto,suspirando,como se uma sensação de alívio tomasse conta de mim,resolvi começar com a sessão de perguntas:<br />
- Algum tempo atrás,você queria conversar comigo. Sobre o que era? – olhei para o teto,fechando os olhos logo depois,esperando,ele continuou:<br />
- Você vai entrar no parque das rosas no próximo ano? – ele perguntou,abri meus olhos e o procurei,ele ainda olhava para fora.<br />
- Provavelmente não. Não tenho por que entrar num colégio sem motivo algum. – parei um pouco,respirei,e depois segui – Por quê?<br />
- Bem,você foi confundido com o Brendo,não foi? – ele se virou para me olhar.<br />
- Brendo? – Pensei que ele não soubesse de nada. Estava errado.<br />
- O irmão gêmeo do Matheus. Agora,eles sabem que você tem relação com eles,não vão te deixar em paz. – ele me olhava nos olhos,em clima tenso.<br />
- Não pretendo fazer nada sem motivo,mas concordo que talvez o lugar mais seguro seja o olho da tempestade. – o olhei,tentando não parecer irônico.<br />
- Bem,faça como quiser,afinal,eles são os Thunderbolts. – ele saiu e voltou para a mesa,expressava seriedade,não tive tempo de perguntar mais nada,aliás,não consegui perguntar mais nada. Resolvi voltar ao meu lugar ao lado de todos e conversar,já era quase meia noite,deveríamos nos desejar nossos votos natalinos. Greg me deu as costas,mas não parecia irritado,continuamos conversando normalmente,já era meia noite.<br />
Um feliz natal em meio a todos,desejando “tudo de bom” a tudo e todos,foi uma noite maravilhosa,Lolly e João resolveram passar a noite aqui. Matheus e Bruno foram embora mais cedo,logo depois de desejarem seus votos natalinos. Resolvi,então,voltar para cassa,algo bem fútil,subi as escadas pensando no que fazer no próximo ano,se eu conseguiria proteger aqueles que eu amo,mas não só isso,se eu conseguiria me proteger.<br />
Abri a porta e acendi as luzes,adentrei o apartamento em passos sem ritmo,abri a porta de madeira do meu quarto,fechei-a logo depois,coloquei o meu pijama e me deitei,sem me preocupar com nada,em alguns minutos adormeci. Alguns minutos ou horas se passaram,mas eu estava acordado,eu pelo menos achava que estava,senti as mãos de alguém nas minhas costas,me virei para ver,só podia ser uma pessoa: Emily.<br />
Ela me abraçou e me acolheu,seu rosto parecia preocupado,me abraçou de forma que eu não conseguisse ver seu rosto,mas sabia que ela estava preocupada,assim,sentindo o cheiro dela por alguns instantes,adormeci novamente.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-34286799900098867092010-05-13T20:20:00.001-03:002010-05-13T22:33:19.575-03:00Trilha sonora: musicas que você não queria ouvir!Bem,aproveitando o entusiasmo do <a href="http://serieelementais.wordpress.com/">Yokuo</a>,e que o capítulo 5 vai demoar mais um pouco,resolvi entrar na onda dele,vou fazer um post musical,vamos lá?!<br />
Primeiramente,acho que vocês viram que em quase todas as ocasiões em que pude,citei nomes de música,mas não das bandas,isso é válido também para o capítulo cinco,então,vamos à nossa pequena brincadeira!<br />
<br />
Antes de mais nada,uma surpresa:<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/g3EJ5icvaHk&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/g3EJ5icvaHk&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
Haha.Surpreendeu,né?<br />
Essa música é do Rise Against,adoro ela,acho que provavelmente foi daí que tirei o nome da fic.<br />
Não sei se vocês se lembram do trecho do capítulo dois "Eu vejo os anjos,eu os liderarei à sua porta,não há escapatória.Sem mais piedade,sem mais remorso,porque eu ainda me lembro...do sorriso quando você me rasgou em pedaços." - Pois bem:<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/RmboX6ncqjM&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/RmboX6ncqjM&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
Como o clipe da banda não suporta a "Incorporação" do youtube,peguei esse amv(que por sinal é muito bom). A próxima,todos já escutaram,mas vale a pena lembrar que ela é ÉPICA:<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/k816dPQyPAM&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/k816dPQyPAM&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
" 'Cause I am back in black!!!",simplesmente AC/DC. E por falar na lenda:<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/0hmlSQZ1ctU&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/0hmlSQZ1ctU&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
"She digs,rock n' roll. She likes,rock n' roll. You want,rock n' roll. I need,rock n' roll......everyday! And all trough the night....",e falar mais o quê? Essa música me lembra a Emily de uma forma no mínimo impressionante,haha.<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ydYGW1ERemE&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/ydYGW1ERemE&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
Não,essa é só porque eu curto,mesmo.<br />
E fim! Por favor assistam aos vídeos e comentem,críticas e sugestões são sempre bem vindas!DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-51618309115844617402010-05-08T22:44:00.005-03:002010-07-02T15:19:03.674-03:00Asas de papelAqui você encontrará o índice de capítulos,e ilustrações e outros links relacionados à "Asas de papel",a essa página será sempre atualizada,fiquem ligados!<br />
<blockquote><ul><li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/04/asas-de-papel-prologo.html">Prólogo</a> </li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/04/asas-de-papel-capitulo-1.html">Capítulo um:Encontros e desencontros</a></li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/04/asas-de-papel-capitulo-2.html">Capítulo dois:Queda</a></li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/05/asas-de-papel-capitulo-3.html">Capítulo três:A conversa</a></li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/05/asas-de-papel-capitulo-4.html">Capítulo quatro:A ceia</a> </li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/05/asas-de-papel-capitulo-5.html">Capítulo cinco: Motivação</a></li>
<li> <a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/06/asas-de-papel-capitulo-6.html">Capítulo seis: Revelação</a></li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/06/asas-de-papel-capitulo-7.html"> Capítulo sete: 32-B</a></li>
<li><a href="http://deathcreations.blogspot.com/2010/07/asas-de-papel-capitulo-8.html">Capítulo oito: Chamas</a><br />
</li>
</ul></blockquote>DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-39574163996790210442010-05-05T19:48:00.006-03:002010-05-05T21:38:32.994-03:00Mudanças no layout<div class="description"><img src="http://i40.tinypic.com/qx8brk.png" /></div>Pessoal,estou fazendo algumas mudanças no layout,espero que gostem ainda mais do blog!<br />
Gostaria também de avisá-los de mais algumas coisas:<br />
Primeiro:estou organizando o blog,com o tempo ele vai ficando ajeitado.<br />
Segundo: estou linkando alguns blogs â partir de agora.Terceiro: Gostaria de receber mais e mais comentários nas postagens.<br />
Quarto: Assim que possível vou estar postando fics que não são de minha autoria,bem como algumas ilustrações das minhas fics,feitas por diversos autores.<br />
Quinto: A programação do blog está sendo arrumada com o tempo,por isso,está sujeita à mudanças.<br />
E por último: Colocarei alguns destaques de rodapé com o tempo,ainda estou resolvendo isso.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-64243180452004630882010-05-04T22:09:00.002-03:002010-05-04T22:25:58.310-03:00Asas de papel - Capítulo 4Eu,por mais uma vez,acordei,mas dessa vez ao som de uma música melancólica,uma música chamada dor,não só a dor física do esforço da noite passada,mas,além do meu cansaço mental,eu estava preocupado,e me sentia sozinho.Já fazia uns dez minutos que estava acordado,não queria pensar naquelas coisas,sonhos ruins,maus pensamentos.Emily,pelo visto,passou a noite aqui de novo,visto que ela estava sentada no chão do meu quarto com um livro. Só percebi isso porque ela se levantou,me olhou preocupadamente e checou meu estado:<br />
<br />
<a name='more'></a>- Como está? – perguntou enquanto apertava minha mão.<br />
- Do mesmo jeito que estava antes. – Me levantei e dei um beijo na testa dela.<br />
“Eu estou bem”,mais uma mentira contada. Já estávamos às vésperas do natal,eu preferia nem pensar em como seria minha noite,ou como seriam minhas festas de fim de ano.Fiz com que Emily se sentasse do meu lado,enquanto me deitava sobre as pernas dela,fechando calmamente meus olhos.Senti os lábios dela tocarem os meus,me senti mais seguro. Nem sei o motivo para tal tristeza,acho que o fato de pela primeira vez parar pra pensar que eu quase fui espancado,que poderia estar sem a Emy agora me enlouquecia.Estremeci.Acho que não deveria pensar nisso enquanto beijava ela,ou em qualquer outra coisa<br />
-Eu te amo – ela disse.<br />
-Eu também – respondi.<br />
Me levantei e fui tomar um banho,tinha suado muito à noite.Decidi ligar pra Matheus assim que saísse do banho.Ainda com a toalha caída sobre o pescoço e corpo ainda úmido,peguei meu celular logo que pude e liguei pra Matheus,eu realmente não sabia o que dizer.Quem sabe eu não diga algo como “Você estava lá ontem à noite?”,ou quem sabe “Você teria um clone com aparência diferente?”.Mesmo assim não hesitei em ligar,podia ouvir gritos ao fundo,ele definitivamente estava na academia.<br />
- Matheus? – Perguntei inseguro.<br />
- Ah,oi,Jorge. – De certa forma ele pareceu surpreso.<br />
- Tudo bem,cara? – Perguntei enquanto erguia minha cabeça na tentativa de encontrar alguma coisa pra fugir do assunto.<br />
- Na medida do possível – Ouvi risos – E você? – Aquela pergunta soou mais como “O que você quer?”.<br />
- Meio dolorido,problemas noturnos... – Brinquei.<br />
- Problemas noturnos,hein? – Gargalhou.<br />
- De qualquer forma,estou pensando em reunir os amigos na festa de natal,apesar de ser algo em família...<br />
- Jorge,meus amigos são minha família! – Eu melhor do que ninguém entendo essa dor – Além do mais,eu só tenho o meu irmão!<br />
- Você tem um irmão? – Mudei um pouco o rumo da conversa.<br />
- Sim,ele também é do parque das rosas...meu irmão gêmeo,sabe? – A voz dele mais uma vez ficou melancólica de repente.<br />
- Entendi... – Tentei sair daquele clima – Legal,você tem um irmão gêmeo do bem!<br />
- Ah,eu nem sou tão mau assim! – Brincou<br />
- Então,estamos combinados? – Perguntei acanhado.<br />
- Claro,lá pelas oito eu passo aí,e vejo todo mundo,certo?<br />
- Lógico,vai ser muito bem recebido! – Debochei.<br />
- Então tchau,tenho um dia cheio hoje! – Resmungou.<br />
- É melhor do que cair no tédio.<br />
- Se é...<br />
- Mas então,tchau,nos vemos à noite! – Desligando o telefone logo em seguida.<br />
Greg e Emy estavam aqui em casa,espantado,eu disse:<br />
- Greg,eu tenho medo de perguntar,mas por que você está andando com um bicho morto pela casa?! – Perguntei,encabulado.<br />
- É pra ceia,horas... – Disse ele calmamente.<br />
- Greg,isso é uma galinha... – Apontei para o pobre cadáver.<br />
Greg olhou calmamente para o animal,olhou me como se nada estivesse acontecendo e falou:<br />
- Droga... – E colocou-se a andar pela casa com o cadáver de novo.<br />
Me deitei no sofá,lendo uma revista,pensando em que outros preparativos devíamos fazer,tentando inutilmente parar de sentir pena da ave.Resolvi sair pra pegar algumas taças para a festa natalina com um tio,levei alguns minutos lá.Entramos no carro e nos dirigimos à casa de uma tia,onde pegaríamos as taças e talheres para a ceia.Enquanto naquela brincadeira de tira e põe de vidro,meu celular tocou,coloquei a mão direita no bolso e o procurei pelo pequeno objeto.Não conhecia aquele número de telefone,todavia atendi à chamada prontamente.<br />
- Eu chego amanhã – Eu conhecia aquela voz,definitivamente.<br />
- Sabrina? – Me espantei.<br />
- Não,aqui é o coelhinho da páscoa pra saber que tipo de chocolate você quer pro ano que vem,garotão! – Ela pronunciou “garotão” como se estivesse glorificando-me por algo que eu tinha feito.<br />
- Meio amargo,Sam,como sempre. – Debochei com certa intimidade – Mas que história é essa de “Eu chego amanhã”?<br />
- Vou me transferir,vou morar em Belo Horizonte,aí com vocês,já peguei a transferência,uma escola chamada “Parque das Rosas”,ao que parece. – Falou com certa seriedade.<br />
- P-parque das rosas? – Minha voz falhou.<br />
- O que foi? – Pareceu preocupada.<br />
- Nada de mais,é só que muita gente que conheço vai pra lá... – Me sentei num sofá próximo,confortavelmente,e só depois continuei. – Não conte pra Emily,mas até eu pretendo ir pra lá.<br />
- Jura? – Sua voz demonstrava certa ansiedade.<br />
- Sim,vamos organizar uma festa de natal,hoje...Isso se minha mãe quiser dar uma ajudinha... – A segunda frase soou desanimada.<br />
- Ainda temos tempo pra festa de fim de ano,certo? – Perguntou inseguramente.<br />
- Claro! – Retruquei.<br />
- Bem,preciso ir,à muito o que resolver antes da minha chegada gloriosa!<br />
- Que horas você chega? – Perguntei com anseio.<br />
- 18:00 – Disse ele com um tom alegre – Mas não diga nada pra Emily,quero que seja uma surpresa!<br />
- Ah,agora entendi o motivo pra ligar pra mim! – Meu entusiasmo aumentava. – Pode deixar que levo ela direitinho – Concluí.<br />
- Mas vai estar lá,né?<br />
- Claro.<br />
- Então,até amanhã!<br />
- Até.<br />
Logo que desligamos me lembrei que Greg tinha algo à me dizer,mas não disse,a companhia de Lorena deve tê-lo desarmado completamente.Pensei em ligar para ele,mas a festa de natal seria propícia para a conversa. Me levantei e me preparei para levar as taças até em casa,a volta pra casa foi bem tranquila. Greg ainda se ocupava com os preparativos da ceia,a minha família estava ali,ajudando em tudo,mas pra mim sempre foram como se não estivessem.Sempre fui péssimo cozinhando,então entrei no meu quarto e resolvi jogar vídeo-game ou qualquer outra coisa que não fosse cozinhar,aquilo me subiu à cabeça. Enquanto me sentava,pensava sobre Matheus e seu irmão,e sobre o que ele quis dizer com “Eu só tenho o meu irmão”,aquilo soou como se ele fosse sozinho no mundo. Por um momento senti um aperto no peito,pensava se podia ser mesmo o que eu pensava,haviam muitas perguntas sem resposta...Eu olhava pro teto,pra algo que chamamos de “nada”,e pensava no que fazer a seguir.Ouvi alguém bater na porta:<br />
- Posso entrar? – Era a voz da Lorena,tinha de ser.<br />
- Entre. – Respondi.<br />
Ela abriu a porta do meu quarto,acompanhada de João,que se e inclinou,encostando na porta.<br />
- Como está? – Ela disse enquanto me dava um beijo no rosto como cumprimento.<br />
- Ah,o tédio aumentou,mas nada que não se resolva... – Respondi enquanto sinalizava para que João se juntasse a nós. <br />
- E aí – João disse enquanto abraçava Lolly,sentada sobre minha cama.<br />
- Ah,estou bem,nas compras do natal,os supermercados estão lotados... – Disse enquanto abaixava sua cabeça em sinal de cansaço.<br />
- Passe a tarde aqui,temos coisas pra fazer enquanto preparamos a ceia,não é má idéia. – Sugeri.<br />
Ela olhou para João pensando na proposta. Ele a olhou em sinal de aprovação.<br />
- Claro,por que não? – Respondeu.<br />
- Já sei! – Levantei em sinal de animação.<br />
Corri até a cozinha,peguei alguns ingredientes em porções exageradas,me virei par ambos,que ainda chegavam à cozinha e respondi:<br />
- Brigadeiro! – Sinalizei levantando uma colher.<br />
- Oba! – Lolly respondeu em meio à risos.<br />
- Eu também quero. – Emily apareceu para nos acompanhar.<br />
- Mas tem que ser muito brigadeiro,eu quero passar mal! – João respondeu.<br />
Gargalhamos,mas no final,obedecemos: fizemos muito brigadeiro e pegamos uma comédia qualquer para assistir. Nos sentamos na sala e colocamos o brigadeiro no chão,enquanto comíamos e gargalhávamos,nos divertimos muito naquela tarde.Quando a guloseima à nossa frente acabou,não hesitei em perguntar:<br />
- Alguém quer jogar Tekken? – Sorri.<br />
- Quem perder faz o próximo brigadeiro. – Emily entrou na brincadeira.<br />
- Ah,droga – Corri para o quarto. Lolly e João nos acompanharam.<br />
Alguns minutos depois e já estava quase anoitecendo,e a única refeição que fizemos foram os brigadeiros,acabamos com todo o leite condensado de casa,mas valeu a pena...eu acho...<br />
Em meio à emoção da partida contra João,pude ouvir Emily se levantar.<br />
- Lolly,vou sair um pouco,vou comprar umas coisas,me acompanha? – Disse enquanto a olhava por cima dos óculos.<br />
Lolly,em pé,se virou e correspondeu balançando a cabeça positivamente.<br />
- Ok,logo encontramos vocês. – Completei,recebendo um beijo de Emily.<br />
Naquele clima,sentado no meu quarto com João,surgiu o assunto:<br />
-Hey,Jorge,você ama muito a Emy,né? – João disse timidamente.<br />
- Claro,ela é tudo pra mim. – Sorri pelo canto dos lábios.<br />
- Isso é legal,ver vocês dois apaixonados e coisas assim... – Completou.<br />
- É,eu acho que sim,ela sempre está comigo nas horas difíceis... – Olhei rapidamente para meu relógio de parede e ele já marcava 19:00 – Oh,droga! – Exclamei. – Os convidados já vão chegar,preciso de arrumar! Vou tomar um banho e você vai logo depois,pode ser? – Perguntei.<br />
- Claro,como quiser. – Confirmou.<br />
O banho não foi demorado,em alguns minutos eu já saída do banheiro com a toalha jogada sobre minha cabeça,trajando uma camisa preta e uma calça jeans. João assistia à um programa de entretenimento qualquer,com uma toalha azul jogada sobre um dos ombros.<br />
Tão logo quanto saí do banheiro,ele entrou para tomar o seu banho,me sentei no sofá pra calçar o meu tênis,ainda com a toalha jogada sobre os cabelos. Tirei a toalha da cabeça e,assim que me abaixei para calçar o meu sapato,Lolly e Emily adentraram o pequeno apartamento.<br />
- Oi,amor – Disse me cumprimentado.<br />
- Oi – Correspondi com um sorriso.<br />
- O João ta no banho? – Lorena perguntou enquanto remexia sua bolsa atrás de roupas apropriadas.<br />
- Sim – Respondi.<br />
- Amor,preciso passar em casa e tomar um banho,volto assim que puder. – Emily disse enquanto acariciava meu rosto.<br />
- Claro,mas não demora,hein! – Exclamei.<br />
Lolly se sentou ao meu lado e me acompanhou naquele programa em que mal sabíamos do que se tratava. Mantive meu cabelo bagunçado,Emily o adorava daquele jeito,o ar louco a entusiasmava,deduzo.<br />
- E aí – Gregório entrava logo que podia,já estava pronto para a ocasião.<br />
- Fala... – Respondi.<br />
- Dá só uma olhada em quanta gente veio – Apontou com o indicador para a janela.<br />
Fui até lá ver como estávamos,casa cheia,tios,tias,primos,primas e amigos esbanjavam alegria,definitivamente,era uma ceia de natal. Me virei com um sorriso para Greg e Lolly,que corresponderam de igual maneira.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-51604082728892860972010-05-03T22:52:00.001-03:002010-05-04T15:45:14.195-03:00Notícias e mais notícias @-@Só passando na correria pra dizer que o capítulo 4 de asas de papel vai demorar um pouco pra sair,em função de provas que estou tendo,e, devido algumas críticas. Farei com o maior cuidado e carinho possíveis,para melhorar ainda mais a narrativa e a trama,na medida do possível vou postar uma ou outra coisa "boba" por aqui,tais como ilustrações ou até mesma fics que não são de minha autoria,e vou organizar as fics também,enfim,esotu organizando o blog. Gostaria de agradeçer a todos que estão acompanhando "Asas de papel" com suas críticas e elogios,não posso prosseguir sem isso. Um abraço a todos e até logo(eu espero).DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-49177835748145730632010-05-01T15:54:00.003-03:002010-05-03T22:56:57.482-03:00Asas de papel - Capítulo 3Depois de me situar no mundo,voltei pra casa,cessei as minhas atividades diárias cedo,logo após tomar um banho e cuidar dos leves ferimentos.Acordei e o meu relógio já marcava 12:00,o que era normal nas férias – apesar de ter dormido mais cedo no dia anterior – me levantei,tirei uma caixa de leite da geladeira,enquanto pegava uma e outra coisa para um copo de leite com chocolate pra tapear meu estômago.<br />
Sentei na mesa da cozinha e percebi que tinha um bilhete escrito com a letra ma minha mãe.Ele dizia “Jorge Henrique,por causa do movimento do natal,não vou chegar em casa cedo hoje,saia pra comer alguma coisa mais tarde.Amo você”.Mais um breve bilhete,como ela sempre deixava nos dias em que acordava tarde – ou em que estava em estado tão deplorável que não conseguia me recordar do que ela me disse enquanto eu fingia estar acordado.ao terminar meu copo de leite decidi então tomar um banho e sair de casa,voltando mais tarde,talvez até fosse ver minha mãe.Enquanto deixava a água cair cobre meu cabelo – cortado curto,como sempre – e sentia a dor daquele corte em minha boca,devido ao soco que tomei no dia anterior.Pensava se aquele dia seria promissor como os anteriores foram.Depois de me lavar devidamente,e de colocar uma roupa adequada,percebi que tinha algumas chamadas das quais não atendi no meu celular,era Greg.Me sentei no pequeno sofá de cama e retornei as ligações.<br />
<a name='more'></a><br />
- E aí,cara... – Eu disse com certo entusiasmo.<br />
- Bom dia,senhor soninho! – Disse ele em meio a risos. – Eu liguei pra saber se queria almoçar comigo,mas já está tarde,e eu já comi.<br />
- Não seja por isso,tomamos um lanche no lugar de sempre? – Disse enquanto me deitava no sofá.<br />
- Pode ser,mas vê se não se atrasa... – Aquilo soou debochado.<br />
- Lá pelas três? – Aquilo foi mais como uma afirmação.<br />
- Sim. – Confirmou ele – Preciso conversar com você,também...<br />
- Algo muito sério?<br />
- Não,você aguenta. – Brincou.<br />
-Esperamos que sim,né? – Concordei.<br />
- Então tchau,até mais tarde!<br />
- Até!<br />
Me sentei no sofá e pensei em ligar pra Emily.Ela não atendeu,provavelmente o celular estaria sem carga...Andei pela sala,entrei no meu quarto e resolvi ligar meu computador,ler alguns e-mails...Não tinha nada de importante,que eu não pudesse resolver depois. Logo após responder meu amigos on-line,peguei minha carteira e fui pegar um ônibus,estaria na lanchonete logo.Não era muito longe de casa,mas eu estava quase que atrasado(pra fazer uma caminhada de quarenta minutos).O ônibus não estava cheio,haviam alguns assentos vazios,me sentei num deles e olhei a janela,observava o mundo com meu olhar adolescente enquanto pensava o que aconteceria comigo depois que me formasse.Cerca de 15 minutos depois já estava no ponto onde iria descer.Logo quando desci do ônibus avistei Greg de aproximando.<br />
- E aí,maluco! – Disse enquanto me dava um leve empurrão.<br />
- Vai pro inferno – Disse com um olhar brincalhão.<br />
- Assim? Tão cedo? – Continuou nossa conversa incomum.<br />
- Tão logo quanto possível. – Seguido de risos de minha parte.<br />
- Eu também te amo,fofo. – O olhar sarcástico tomou conta.<br />
- Aqui em público não,cara... – Entrei na brincadeira.<br />
- “Esse do meu dois” – Continuamos.<br />
- Cereja do meu bolo.<br />
- Sol da minha manhã.<br />
Continuamos nossa caminhada enquanto chegávamos à lanchonete,ela estava na nossa frente,ele subiu na minha frente,eu parei,chamei sua atenção e falei sem piedade:<br />
- Van Hellsing do meu Drácula!<br />
- Hã??? – Seguido de uma gargalhada extensa.<br />
Entramos,procuramos uma mesa,havia uma encostada na parede,mas não estava no canto,era perfeita.<br />
Puxamos as cadeiras e nos sentamos,olhando o lugar,como já era de rotina.<br />
- Ninguém conhecido... – Disse enquanto olhava o balcão de mármore.<br />
- É o que parece. – Completei<br />
- Nossa,o que traz vocês aqui a uma hora dessas? - Fui interrompido por uma voz feminina e uma mão que se encostava suavemente no meu ombro.<br />
- Oi,Lolly – Disse sorrindo – É o efeito “Tédio no natal”.<br />
- Apesar disso,esse clima é muito bom não é? – Disse sorrindo enquanto cumprimentava Greg.<br />
- Com certeza! – Brincamos.<br />
Lolly trabalhava como garçonete de meio período,sempre nos visitava e também treinava caratê com Emily.<br />
Ela enfiou sua mão no bolso direito,procurando alguma coisa enquanto coçava sua cabeça – com seus cabelos presos – com uma caneta na mão,ela tirou um bloquinho de anotações do bolso e soltou a pergunta:<br />
- O que vão querer?. – Olhou pra mim e Greg.<br />
- Só uma laranjada,depois decido o que comer... – Disse enquanto pensava em algo pra matar minha fome.<br />
- Um “X-tudo”,e um suco de maracujá. – Greg disse com a expressão mais calma possível.<br />
Meu olhar e o de Lorena – Aqui chamada Lolly – o fuzilaram sem piedade.<br />
- O que foi,gente? – Ele nos olhava em movimentos contínuos.<br />
- Esse cara vai morrer – Brinquei.<br />
Depois de uma gargalhada Lolly saiu indo até a cozinha,e voltando,atendendo clientes.<br />
Eu observava o movimento do restaurante,enquanto que Greg pensava no que fazer à seguir.Tirei meu telefone do bolso e era Emily me chamando.Falamos algumas coisas um pro outro,nem em lembro ao certo o que era,apenas um conversa fútil.Assim que desliguei o telefone Grerg começou um discurso enquanto outra garçonete trazia seu lanche.<br />
- Vocês se amam muito,né? – Disse com certa indignação.<br />
- As vezes até demais... – Palavras ditas em meio a um sorriso.<br />
- Eu gostaria de ter conhecido alguém como ela... – Greg olhava o enorme sanduíche à sua frente.<br />
- A Emy é perfeita pra mim... – Um leve sorriso transpareceu sobre meu rosto.<br />
- Você não se cansa de dizer isso – Risos emergiram daquela mesa.<br />
A tarde foi se passando,comemos,bebemos,rimos e conversamos por horas e horas,e elas se passavam loucamente.Lolly veio até mim dizer algumas rápidas palavras.<br />
- Daqui a pouco eu vou embora,o João vem pra cá também,podemos sair depois disso.<br />
- Claro! – Disse entusiasmado – Vou ligar pra Emy e ver se ela vem com a gente!<br />
Lolly soltou alguns risos.Dito e feito,Emily topou sair com a gente,eu imaginava como acabaria aquele dia.<br />
Em instantes Lolly estava já com os cabelo soltos,com outra roupa e pronta pra sair.Eu paguei a conta e fomos esperar Emily e João chegarem.João já nos esperava com seus cabelos castanhos quase jogados sobre os olhos profundos,verdes.Um caloroso sorriso foi percebido em seu rosto,os olhos,através das lentes do seu óculos,se encheram de alegria ao avistar Lolly.Eles deram um longo abraço apaixonado.Enquanto os pombinhos se abraçavam,vi Emily parada sobre um poste,daqueles com iluminação pública,fui até lá,demos um rápido beijo pra cumprimentar-nos,podia sentir o cheiro do seu cabelo enquanto ela me beijava,lindos cachos que eu adoro.Demos as mãos e fomso ao encontro de todos,lá estavam nos esperando.Não era uma rua movimentada,e já estava escurecendo,resolvemos ir à um parque próximo.Andamos cerca de meia hora até chegarmos lá,havia um espaço com bancos e iluminação suficiente para nos sentarmos,já havia escurecido,nos sentamos,compramos refrigerante e ficamos lá,conversando por horas e horas,entre goles e beijos,vimos já estava ficando tarde e precisávamos ir pra casa.Greg me chamou discretamente,por entre um abraço em Emily.<br />
- Olha ali. – Apontou para um cara parado,com um homem munido de um canivete à sua frente,deduzi ser um assaltante.<br />
- Vamos tirar o pessoal daqui e ir pra casa – Disse quando percebi que não era só um delinquente por perto,havia uma gangue inteira esperando nas trevas.<br />
Um garoto de camisa preta,cabelos negros curtos estava ali.houve uma pequena discussão com o assaltante.Não pude ouvir claramente,mas o jovem desferiu um chute no rosto do bandido antes que ele pudesse fazer algo com a arma branca na sua mão. Ele assumiu uma postura muito similar a do taekwondo.Ao ver aquilo me levantei do conforto dos braços do meu amor e fui com Greg ficar maio próximo do local.<br />
-João,fica de olho em tudo,se a gente não voltar em 10 minutos,lev as garotas pra casa – Eu disse com uma expressão séria.<br />
- Tudo bem,mas toma cuidado,viu? – Disse ele em aprovação.<br />
As garotas pareciam não aprovar,pois estavam indignadas.Fiquei em estado de choque ao ver que aquele jovem era idêntico a Matheus,por exceção do cabelo,que era preto,e cortado baixo,arrepiado. Eu e Greg nos juntamos a ele,na tenta viva de desarmar aquela gangue e ajudar o misterioso desconhecido.Num golpe de sorte,tirei o canivete da mão do homem e o fechei,guardando-o no meu bolso.Greg já havia derrubado e desarmado dois homens,mas estava com um corte na blusa,na manga direita.O outro garoto misterioso havia derrubado três,só faltavam mais dois. Um deles estava apavorado,tremia,tentou me atacar,mas me esquivei facilmente e tomei o canivete de sua mão,com um chute próximo ao joelho. O outro já esperava,mas esse usava uma faca de cozinha,muito mais perigosa. Lembrei-me do canivete no meu bolso,tirei ele e num rápido movimento haviam duas daquelas pequenas armas na minha mão. O simples fato de tira-las fez com que ele se afastasse,joguei os dois canivetes no chão e tentei desarma-lo,fui arranhado no braço esquerdo. O garoto misterioso apareceu novamente,com certa malandragem,esquivou os movimentos com a faca,e em instantes,em meio á alguns socos e chutes, desarmou o delinquente. Ele não parecia velho,devia ter uns 13 ou 14 anos de idade,mas nunca se sabe o tipo de coisa pelas quais aquele garoto passou. Senti a dor do corte que havia levado e vi certa porção de sangue na minha camisa,correspondente ao braço esquerdo. O desconhecido foi embora sem nos agradecer,apenas deu-nos as costas e foi embora. Greg me ajudou a ir até o resto do pessoal. Preocupada,Emily foi a primeira a verificar o meu estado. Eu ainda podia andar até em casa,me despedir de Lolly e de Greg,e emily me acompanhou,de forma que cuidasse de mim com seu olhar.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-25422252797373974232010-04-30T18:52:00.003-03:002010-05-01T13:28:31.563-03:00Asas de papel - Capítulo 2O feriado passou como se nada tivesse acontecido,o ano estava se passando assim...Minha vida,em toda a minha sociopatia, prosseguiu seu curso normalmente,como se nada tivesse acontecido comigo e Gregório – agora o chamado Greg – aliás,por causa daquilo,desenvolvemos uma amizade forte,durante todo o ano.<br />
O ano letivo de várias escolas já tinha acabado,mas algumas continuaram tendo aulas,dessa forma,certo dia combinei com Greg de nos encontrarmos na quadrada e batermos um papo,matarmos o tempo – já que nenhum dos dois tinha nada realmente importante na escola – infelizmente Greg parecia atrasado,visto que combinamos estar lá às 14:30,e já eram quase 15:00,resolvi me poupar de espera-lo,então ali,sentado nas arquibancadas da quadra liguei pra ele.<br />
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-Alô,Greg?Aconteceu alguma coisa? Já estou meio que preocupado,aqui... – Falei diminuindo meu tom de voz.<br />
-Pôxa cara,desculpa,mas não vai dar pra eu ir,você sabe,meus pais são donos de uma padaria,hoje tive que ajuda-los porque está muito movimentado! – Podia-se ouvir sons de sacolas de papel s movimentando e sendo amassadas por ali. – Marcamos de sair outra hora,pode ser? – Completou.<br />
-Claro,não esquenta com isso! – Disse tentando não parecer desapontado – Vê se você pode sair mais tarde,ou,por via das dúvidas,eu te ligo. – Eu também não sei porque eu disse aquilo.<br />
-Assim que eu conseguir fugir daqui passo na sua casa,pode ser? – Disse com entusiasmo.<br />
-Ok,então.Um abraço pra todos aí,tchau!<br />
-Até!<br />
Fiquei com o telefone na mão olhando pro nada,por alguns instantes,comecei a descer das arquibancadas e notei certa movimentação num campo próximo,atrás de mim.<br />
Andei por alguns metros,fui a um supermercado e comprei refrigerante e porcarias pra comer.Como nas férias sempre acordo depois do meio dia – as vezes depois das 14:00 – eu estava com muita fome.Pensei em ligar para Emily me acompanhar,infelizmente a bateria do meu telefone celular acabou logo que cheguei,acho que isso seria um problema.Enquanto comia um salgadinho,uma retrospectiva enorme daquele ano passou diante dos meus olhos,nada muito demorado,na verdade nem havia muito o que se recordar.Apesar de morar em Belo Horizonte,meu meio social – quase nulo - nunca foi muito violento.Eu não entendia o “por que” de estar num estado como aquele,pensando na vida da forma mais sombria que já havia feito,cada aspecto negro da minha vida começou,então,a passar pelos meus olhos.”Eu vejo os anjos,eu os liderarei à sua porta,não há escapatória.Sem mais piedade,sem mais remorso,porque eu ainda me lembro...do sorriso quando você me rasgou em pedaços.” – Me lembro de ver essa tradução em algum lugar...<br />
“Vou pra casa”,pensei,ali mesmo comigo,de cabeça abaixada sussurrei:<br />
-Eu não preciso pensar nisso,apenas viver.<br />
Terminei meu salgadinho e me coloquei a descer a escadas,lentamente,percebi que a movimentação no campo atrás da quadra se tornou menor,haviam quatro ou cinco caras ali,nem parei pra ver o que era,continuei descendo.Na quadra,haviam apenas duas grades,atrás dos dois gols,eram duas grades enormes,para impedir que a bola por ventura fosse parar num campo ou na rua,atrás dos dois gols.Aquele não era um bom lugar pra se ficar sozinho,mesmo à tarde.Mesmo assim isso não é desculpa para o que aconteceu.A quadra não tinha grades em todos os pontos,portanto,não tinha portas,e a arquibancada era facilmente alcançada.Assim que cheguei no último degrau,pulei.Confesso que perdi um pouco do equilíbrio no impacto,mas nada grave,eu sou sempre desajeitado assim.Entre um passo e outro,eu podia ouvir discussões,tinha um homem estava usando um telefone público,parecia aflito.Minha missão de entreouvir um grito e outro dos desportos das outras quadras foi interrompida quando um garoto apareceu na minha frente,não aparentava ter mais de 16 anos,mas estava em plena forma física,o olhei por alguns segundos e prossegui a passos largos minha jornada.Ao passar por aquele garoto de pele morena,que deveria ter mais ou menos 1,70m ,fui empurrado por ele,ele então desferiu um soco que por sorte consegui defender,não sabia o que estava acontecendo,antes mesmo que eu pudesse pensar em uma forma de fugir dali,senti uma mão me puxar pelo ombro,mal puder ver o rosto do rapaz e já estava sentindo as dores de mais um soco.Inevitavelmente,pela minha falta de firmeza nas pernas,senti-me perdendo o chão,foi uma queda dolorosa,o jovem que havia me socado começou a me chutar enquanto estava caído no chão,percebi mas três garotos se aproximando,dois deles seguravam pedaços de madeira espessos.O terceiro rapaz – o maior deles – começou a me dar chutes fortes,me recolhi,colocando os braços sobre a cabeça,numa tentativa inútil de me defender.Pude sentir sangue escorrendo do meu nariz,nunca havia sentido aquilo antes,eu estava perdendo consciência quando,eis que me aparecem dois caras em meio a um golpe e outro,consegui olhar pra cima,e pude ver um deles chutando um rapaz com um pedaço de pau,desarmando-o.O outro desferiu alguns socos no outro rapaz armado.Não podia aguentar mais,desmaiei ali mesmo,e nem sabia se ia acordar.<br />
-Hey,cara,acorda.Acorda se filho de uma... – Que foi seguido de uma bofetada,me fazendo acordar com aquela voz grave me reanimando. – Você quase morreu,sabia? – disse enquanto me olhava firmemente.<br />
-Vocês... – olhei a minha volta e vi dois caras caídos,os outros,provavelmente,correram - Obrigado...<br />
-Que isso,não podíamos deixar aquilo passar batido – ele me estendeu a mão para que me levantasse – Pode se levantar.<br />
-Acho que sim... – Peguei a mão dele sem hesitar e fui puxado cuidadosamente.<br />
Era um jovem afro-descendente em uma ótima condição física.Ele me ajudou a andar de volta até as arquibancadas,e lá estava o outro rapaz que tinha me ajudado,mesmo sem conhece-los,podia sentir que me tornaria um bom amigo deles.O outro jovem tinha uma expressão fria,era pálido,muito pálido.<br />
-Tome mais cuidado,nem sempre nós vamos estar aqui – Este tinha uma voz grave,mesmo assim,expressava tremenda melancolia.<br />
-Obrigado por tudo,me chamo Jorge,qual o seu nome?<br />
-Me chamo Matheus – Respondeu deixando com que seu cabelo na altura do ombro pudesse cair um pouco mais,enquanto olhava para o nada.<br />
-Meu nome é Bruno,tenho quinze anos. – Disse ele ao me olhar com uma expressão amigável.<br />
-É um prazer - Estendi minha mão,na esperança de encontrar a dele.<br />
-O prazer é meu. – Que foi seguido de um breve aperto de mão firme.<br />
- Infelizmente precisamos ir,estávamos apenar fazendo nosso treino diário. – Matheus disse enquanto colocava uma mão no bolso e tirava um pequeno papel. – Aqui,esse é o meu telefone,mantenha contato,você é um cara interessante. – Disse enquanto soltava um leve sorriso por entre seus cabelos ruivos.<br />
-Somos do primeiro ano da escola Parque das Rosas,não se esqueça disso! – Bruno disse acenando pra mim a metros de distância.<br />
Por mais uma vez senti a solidão tomar conta de mim,sentado nas arquibancadas no mesmo lugar,não fui capaz de perceber um rapaz de olhos claros,vestindo uma jaqueta cinza – incomum para o verão – sentado ao meu lado,com os cabelos loiros cortados baixos,olhos claros e suaves.Com uma<br />
-Oi – disse ele acanhadamente. – Me chamo Davi.<br />
-Olá...já nos vimos antes? – Disse com certo anseio.<br />
-Acho que não...sabe,aqueles garotos que você estava ante,são da minha escola...<br />
-Sei... – disse enquanto olhava pra ele aflito.<br />
- Sou do segundo ano do Parque das Rosas,é um prazer conhece-lo. – E me estendeu a mão.Após o pequeno aperto de mãos prossegui.<br />
-Me chamo Jorge, o prazer é meu...<br />
- Cara,vou te dar um conselho,não anda sozinho.<br />
-Ué,por quê?<br />
-Esses caras aparecem sempre,devem ter te confundido com o alguém da equipe do Matheus e o Bruno... – Concluiu.<br />
-Eles vão participar do CRAML? – Perguntei sem pensar.<br />
-Vão,e eu também vou. – Levantou-se,colocou a toalha nos ombros,e olhou e continuou: - Sou do clube de wrestling do Parque das Rosas.<br />
-Wrestling?Tipo os caras da tevê?Luta livre mesmo? – Ele riu dessa sessão de perguntas.<br />
-Mais ou menos isso...mas preciso ir,logo nos encontraremos de novo,eu espero. – Disse com certa seriedade – Se quiser aparece pra conhecer os outros clubes do Parque das Rosas,será muito bem vindo.<br />
- Obrigado,foi um prazer.- E me despedi dele com um sorriso e outro aperto de mãos<br />
Agora eu tinha outra missão difícil,descobrir quem da equipe de Matheus e Bruno foi confundido comigo,e por quê.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-7489979665094405122010-04-29T13:41:00.004-03:002010-04-30T19:01:11.808-03:00Asas de papel - Capítulo 1Demorou menos do que o esperado pra terminar de resolver os problemas do website.Assim sendo,como combinado,fui par a quadra assim que terminei,olhei no relógio e ele marcava 14:05,lá estavam eles,sentados depois do caratê,numa rodinha de voz e violão...<br />
-Oi,gente... – Disse acenando e me sentando atrás da Emily,que me acolheu com um sorriso gentil,como sempre faz.<br />
Gregório,Ester,Líria,Artur e outras figuras estavam ali,algumas das quais não conhecia...O som inconfundível de “Back in black” me soava ainda mais claro com aquele clima de tensão no ar.<br />
-Será que não tem problema,mesmo,ficarmos aqui? – Disse em tom preocupado.<br />
-Bem,é um espaço público,pra tirarem a gente daqui vão precisar ter um bom argumento pra nos fazer voltar pra casa de cabeça baixa – Aquilo me soou meio que de forma reconfortante.<br />
Ficamos ali até o final da tarde,um dia sem muito sentido na minha vida,até que algo inesperado aconteceu.Depois de algumas horas de papo furado,todo foram embora,restando apenas eu Emily e Gregório,que não tirou os olhos de nós dois o tempo inteiro,sempre fitando e captando cada expressão de nós dois,este levantou das arquibancadas sujar da quadra e disse:<br />
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-Jorge,você sabe sobre nossa cidade,sobre o CRAML,sobre as escolas participantes? – Ele disse isso com certa fúria estampada nos olhos.<br />
Emily olhou pra meu rosto que o encarava,retribuído cada faísca das chamas de seus olhos,e disse:<br />
-CRAML?Escolas?O que há com a nossa cidade?! – Ela o perguntou sem entender de muito do assunto.<br />
Respirei fundo,fechei os olhos e comecei meu discurso:<br />
-CRAML,o Campeonato Regional de Artes Marciais Livres ocorre a cada 6 meses,várias escolas participam,com todos os tipos de artes marciais – Depois de uma pequena pausa,prossegui – É um campeonato sem regras fixas,dividido em equipes com três a cinco participantes de artes marciais diferentes.Além disso,a escola ou a academia vencedora terá de eleger um grupo de extermínio,para competir com os finalistas do próximo campeonato...Mas,o que isso tem a ver conosco? – Perguntei com certa indignação.<br />
-Para participar do campeonato,é preciso ter alguma arte marcial definida.No último campeonato eu tentei entrar,mas fui surrado pelo grupo de extermínio,que era da minha antiga escola,por não ser praticante de arte marcial alguma. – Completou.<br />
-E o que isso tem a ver conosco? – O fervor das linhas de fogo aumentava a cada segundo do diálogo.<br />
-Quero lutar com você,aqui e agora. – Disse ele de forma fria,aumentando a ansiedade que me tomava conta.<br />
-Por quê? – Perguntei aumentando a periculosidade da conversa.<br />
-Eu quero medir a força de alguém que,como eu,não faz atividade alguma,você está claramente fora de forma,obeso e inibido.<br />
-Isso não é motivo para uma luta de verdade... – Mais uma frase inútil indo pro meu arsenal.<br />
-Você vai brigar comigo! – Nesse momento mal tive tempo de pensar numa resposta rápida quando já estava zonzo no chão,por um soco que fora me dado com força tamanha para me fazer perder o equilíbrio,não faz mal,nunca tive muita firmeza nas pernas...<br />
Levantei-me,me preparei para me proteger de outro golpe como aquele,assumi uma postura relativamente correta e disse:<br />
-O primeiro que tocar o chão com as costas será declarado perdedor. – Disse enquanto fitava Emily a cada segundo,tomei um pouco de ar e completei – Emy,sente-se na arquibancada e não faça nada até que um vencedor seja declarado.<br />
-Você vai mesmo brigar? – Perguntou-me com verto ar de chateação.<br />
-Não deveria,mas vou acordar esse cara para a própria ignorância,e arrogância.<br />
Ela não aprovou minha decisão,mesmo assim,sentou-se no alto da arquibancada e assistiu.<br />
Eu mal conseguia me mover,levava socos no peito e na barriga como se eu fosse reprimido enquanto estava sendo esmurrado.”Eu não me importo de perder,mas não vou deixar a Emy me ver sendo humilhado pela minha própria falta de vontade”,isso era tudo que eu conseguia pensar.Revidei alguns socos,três ou quatro no peito,e,quando tive chance,dois ou três no rosto.Minha única opção agora era tomar espaço pra não deixa-lo me derrubar,e tentar um ou dois golpes com um força maior.Infelizmente não deu certo,eu continuava sendo espancado por ali,depois de fazermos um movimento circular,eu estava sobre o primeiro degrau da arquibancada,quase que jogado,e ainda sendo esmurrado,o que eu poderia fazer?Lembrei-me então de que sempre fui melhor em chutes do que em socos.Pugilismo à parte,juntei algumas forças e o empurrei à uma distância suficiente para acerta-lo com um chute direto no tórax,depois do chute,por alguns fatores,fiquei de costas para Gregório,num pequeno espaço de tempo desde o golpe anterior,girei-me e o acertei um soco no rosto,seguido de um gancho de esquerda.Gregório mostrou-se desordenado,esse era minha chance.Com todo o resto de força que tive,segurei o ombro esquerdo de Gregório com minha mão direita,e segurei sua camisa pela esquerda,bastou um pouco de pressão para que ele caísse,me fazendo cair em cima,acho que a vitória foi minha...<br />
Emily desceu mais que depressa e me ajudou a me levantar,dei a mão ao meu até então adversário e o ajudei a andar alguns poucos metros.<br />
-Você venceu,me envergonho de ter sido arrogante com você,me desculpe – Disse ele com certo anseio.<br />
-Tudo bem,cara...Não se preocupa com isso,você não teria me entendido de eu tivesse apenas falado... – Disse isso de forma calma e paciente.<br />
-Bom,estou indo,espero encontrar vocês mais vezes,até!<br />
-Até mais! – Eu e Emily dissemos em coro.<br />
Foi um dia no mínimo interessante,visto que eu nunca tinha entrado numa briga de verdade e que em certo ponto fiz um novo amigo.E agora? O que nos aguardará?DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-91458984587802096222010-04-29T08:36:00.001-03:002010-04-30T19:02:58.529-03:00Asas de papel - PrólogoEu tinha acabado de acordar,quando,a primeira coisa que percebi foi aquele lindo sorriso à minha frente.<br />
-Jorge...Jorge...Acorda...Vai dormir pra sempre?! – Sempre com seus comentários impiedosos logo de manhã...Emily...minha namorada louca,16 anos de pura maluquice,linda,mas maluca.<br />
-Ok,estou acordado,mas como diabos você chegou aqui?Espera,espera,por que eu não estou na escola?! - Nem sabia mais o que eu estava pensando,apenas falei.<br />
-Simples,ontem à noite choveu muito,eu estava por perto então pedi pra sua mãe pra passar a noite aqui,ela me emprestou algumas roupas suas,você teve uma febre alta,então fiquei pra cuidar de você,fui pra casa antes de você acordar e peguei algumas roupas...Vou passar o fim de semana prolongado aqui...- Ela disse aquilo como se eu realmente pudesse entender uma palavra!<br />
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<a name='more'></a><br />
-Ah,não!Não vem me dizer que você passou a noite aqui,dormiu na mesma cama que eu e eu não estava acordado?! – Por um instante me levantei mas logo cai de novo no travesseiro,sem mais forças pra me levantar de uma só vez...<br />
-O que você quis dizer com isso,rapazinho?! – Disse com uma cara debochada e firme,sem que eu não entendesse nada,de novo. – Agora levanta,toma um banho que não temos tempo... – Completou enquanto me tirava um cobertor e saía do quarto,com uma forte luz solar que estranhamente estava ali,apesar do temporal da noite passada.<br />
-Como assim?Se eu não fui pra escola,nem você,significa que nosso feriado começa hoje,certo?Por favor me diz que vai ser um programa no parque de namorados...<br />
-Amor,eu tenho treino de caratê hoje,e você vai comigo,só isso...<br />
-Hein?! – Que foi seguido de uma gargalhada ouvida a metros de distância...<br />
Já estava pensando nas cláusulas do meu plano de saúde quando meu celular tocou.Apesar de soar irônico,nesse momento eu passei a amar meu chefe de meio-período...Trocamos algumas palavras e desliguei,por sorte,agora eu estava atarefado...<br />
-Desculpa,eu sei que parece sacanagem,visto que meu trabalho é ficar sentado numa cadeira por 4 horas e raramente tenho algo o que fazer,mas o site da loja está com problemas,e como sempre que isso acontece é culpa minha...-Falei isso com certo ânimo,o que provavelmente a deixou irritada...<br />
-Eu tinha te dito que webdesign de meio-período era fria! – Disse ela com aquele lindo sorriso de novo,no qual eu não me cansava de ver...<br />
-Preguiça à parte,eu devo levar algumas horas por lá... – Disse enquanto já pegava minha carteira,as chaves de casa e meu inseparável pendrive.<br />
-Depois do treino vamos à quadra,o pessoas vai fazer aquela rodinha de voz e violão enquanto se enche de porcaria...- O ponto de vista dela sobre roqueiros sedentários é uma coisa que me impressiona a cada dia...<br />
-Você não diz isso quando está no meio dela,cantando... – Enquanto falava tal frase inútil,abri a porta,deixando-a passar sobre mim deixando seu doce cheiro se propagar sobre meu rosto.<br />
Após um ou dois beijos na porta de casa,saímos,um pra cada lado...Sinal de que seria um dia longo...DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-5077627494689879652010-04-28T16:28:00.001-03:002010-04-29T12:01:35.746-03:00Beck: Koyuki x MahoTudo começou numa bela tarde de domingo,a sombra da árvore acima de mim,me inspirava,algo que não consegui pressentir a princípio,a brisa leve que batia sobre o meu cabelo,refletida sobre meu olhar de quatorze anos – que agora era de dezessete – eu ainda me lembro daquela tarde chuvosa,umas quinhentas pessoas estavam a me esperar do lado de fora daquela tenda,que contava com dois grandes amigos,que estavam num clima de guerra,meu sangue fervia,então tudo começou com três ou quatro notas num humilde violão...e terminou num doce beijo,um beijo que jamais esquecerei.Meu melhor amigo,Saku,estava esperando por uma resposta quando perguntou:”Como vão as coisas com Maho?” – E eu,desanimado respondi:”Não vão...”<br />
Mas não desanimei – não por isso – aquela música,denominada “Moon on the water”,que simbolizava nossos momentos juntos,foi selada naquele dia,nada mais.<br />
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-Kouyuki!Está na hora! – Diz a bela garota a o olhar.<br />
-Huh?Já? – Responde o garoto sem muita animação...<br />
-O que há com você?Está estranho já faz um tempo....o que houve? – Diz o anjo aflito à sua frente.<br />
-Não é nada,já disse... – Responde segurando as palavras “Eu te amo”<br />
-Deixa disso!Você tem que tocar hoje,lembra? – Responde abrindo um lindo sorriso,que coloria aquela noite,em que me preparava pra dizer tais palavras...<br />
-Hum?É mesmo,o show!Seu irmão vai me matar! – Saindo correndo puxando-a pela mão esquerda.<br />
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Chegando a uma pequena casa de shows,se depara uma figura amigável,com uma expressão séria em sua face.<br />
//<br />
-Está atrasado Kyouki! – Diz ele ao amigo a sua frente.<br />
-Desculpe!Vamos rápido,vá afinar seu baixo,eu preciso falar com Ryuusuke-san.<br />
-Ok,ele está logo ali,fale com ele...<br />
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-Ryuusuke-san! – Diz o “garoto” a correr.<br />
-Yo!.<br />
-Preciso de um favor seu... – Diz abaixando a cabeça,olhando inevitavelmente para o nada.<br />
-Diga o que é... – Diz o amigo a sorrir.<br />
Algumas horas depois,o show já havia acabado,mais então uma vontade louca de o fazer,nesse momento,Ryuusuke-san colocou sua mão no meu ombro e disse:”É agora,garoto!”.Peguei minha guitarra,e me aproximei do microfone,então lentamente disse:<br />
-E...e—eu preciso dizer algo! – Digo correndo da sombra dos meus medos. – Há uma pessoa aqui hoje,na qual eu gostaria de dizer que....Ma-Ma-ho,eu te a-a-mo! – Nesse momento senti o frio me corromper,mas isso foi por um pequeno espaço de tempo,só o tempo de eu poder ver,um anjo correndo a minha frente e dizer:<br />
-Eu também te amo,idiota!<br />
E mais uma vez,tudo fora selado com um beijo,um beijo no qual nunca me esquecerei,e para sempre vou me lembrar daquela que me fez superar o medo.E o doce beijo que fora me dado naquele momento,selou uma paixão eterna.DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9163266561776654642.post-2426655741254681512010-04-28T11:40:00.005-03:002010-04-29T12:01:14.963-03:00Death Creations - Textos,fanfics e muito mais!Esse é o Death Creations,um blog que fiz pra postar minhas fanfics,textos e o que mais eu escrever e achar interessante. Talvez eu coloque textos não só de minha autoria. Eu mesmo fiz o design do blog e eu mesmo escrevo os textos(como ja deixei bem claro).Espero que apreciem minhas histórias e sejam leitores do blog!DTKhttp://www.blogger.com/profile/17046522242438254101noreply@blogger.com0